quinta-feira, 19 de abril de 2012

Alex Ferraz

INJUSTIÇA
Grande parte, se não toda, da responsabilidade pelo grave conflito de terras envolvendo índios na Bahia, nos últimos dias, pode ser creditada ao STF, que há 30 anos tem em mãos uma ação sobre a questão e nunca a julgou. Estaria servindo a interesses de quem?
 
Insegurança absoluta oprime o cidadão
 
Depois de quatro demagógicas e inúteis campanhas de recolhimento de armas dos cidadãos honestos, promovidas nos governos FHC, Lula e Dilma, a violência alastra-se mais do que nunca em todo o País. Em São Paulo, em pleno Morumbi, onde residem os milionários até agora tidos como inatingíveis em suas fortalezas, os assaltos a residências com reféns e tortura até de crianças viraram uma rotina literalmente diária; na Bahia, somente em Salvador, no último fim de semana (das 19h de sexta às 7 da manhã de segunda), ocorreram 25 assassinatos, tenho certeza um número maior do que os que porventura tenham acontecido no mal afamado Rio de Janeiro, no mesmo período.
E se formos falar do resto do País, teríamos que encher duas páginas deste jornal. Portanto, cito apenas mais um caso, porém emblemático: Brasília. A capital federal e seu entorno vivem uma onda de violência inominável, só comparável, se tanto, ao que acontece em Alagoas e na Bahia.
Mas, voltando a Salvador, relaciono locais e situações que nos últimos anos se tornaram impraticáveis para o cidadão de bem. No Centro, ironicamente em frente ao tradicional prédio da Secretaria de Segurança Pública, a Praça da Piedade virou um reduto de marginais e já não se pode transitar ali após as 21 horas sem o risco de ser assaltado e agredido, até mesmo esfaqueado, como já ocorreu. Seguindo em direção ao bairro de Nazaré, a outrora tranquila Avenida Joana Angélica é mais um reduto de sacizeiros, principalmente na confluência com a cracolândia soteropolitna, a Rua 28 de Setembro. Ali, a péssima (ou inexistente) iluminação auxilia os marginais. O Campo da Pólvora, mas adiante, onde se localiza a pomposa sede clássica da “Justiça” baiana, o Fórum Rui Barbosa, é também um campo de bandidagem.
Isso para não falar na Cidade Baixa, onde a região do Comércio é fatal para os que lá se atrevem a circular após o anoitecer, e em bairros ditos nobres como Graça e Barra, onde assaltos e tiroteios se repetem.
 
Ainda sobre
a insegurança 
No interior do Estado, a situação é lamentável, também: faltam policiais e viaturas e a bandidagem faz o que quer.
Estamos, enfim, jogados à própria sorte no quesito segurança pública. E nada, absolutamente nada delineia esperanças de que algo seja resolvido a sério nas próximas décadas, posso dizer. Portanto, vamos nos trancar em casa, rezando para que ela não seja invadida pela bandidagem que, em São Paulo, conta com obsequiosa colaboração de porteiros e até de policiais. É o fim da picada.
 
Ninguém pode
dormir
Na Rua Cristiano Buys, no bairro do Cabula, uma empresa está realizando reforma na Escola Eusébio Muniz. Não bastasse não haver alvará na fachada e os operários usarem macacões sem identificação da empresa, os serviços costumam começar ao raiar do dia, fazendo um barulho infernal que tira da cama cidadãos trabalhadores em seus últimos instantes de descanso. Convém os órgãos responsáveis fiscalizarem com rigor a situação.
 
Frase:
A segurança dos meus concidadãos sempre me foi mais cara do que minha vida.
(Cícero, 106 a.C. – 43 a.C., filósofo, político, advogado e escritor romano)
 
São gangues,
não torcidas (I)
 São Paulo, Belo Horizonte, Goiânia e Recife, para citar os casos mais recentes. Capitais palcos da selvageria promovida pelos marginais que se intitulam torcedores e se reúnem nas gangues às quais chamam de “torcidas organizadas”. Muitas mortes, inclusive de pessoas que nada tinham a ver com o jogo. Ou seja, até mesmo o cidadão que não vai a estádios já pensa duas vezes antes de ir às ruas em dias de grandes clássicos.
 
São gangues,
não torcidas (II)
 Os meliantes que compõem as “torcidas organizadas” não curtem futebol, não torcem para coisa alguma. Seu objetivo – além de servir como milícias para políticos em campanha, como já ficou provado no Rio de Janeiro e em São Paulo – é gerar o caos, espalhar a violência descabida, badernar, enfim, neste país onde as leis são jogadas na latrina.
Não custa lembrar que a Inglaterra, país sério, acabou de vez com  os holligans, a bestial “torcida organizada” que causou muitas mortes na Europa. A fórmula foi simples: identificaram todos os bandidos através de câmeras nas ruas e estádios, prenderam muitos e proibiram todos de entrarem em estádios. É assim que se age em sociedades onde governo e segurança pública são levados a sério.
 
Primeiro, o português
Chovem anúncios, em todas as mídias, convocando brasileiros a aprenderem “um segundo idioma”.
Ora, para isso, penso eu, seria necessário aprender direito o primeiro...
 
1 VENCEDORES - Hoje, às 09h30, no auditório da Livraria Cultura do Salvador Shopping, o empresário Joaci Góes falará sobre os “Hábitos dos Vencedores”. 

2 COMÉDIA - A partir desta quintq-feira, a Ciranda do Riso estará no Ciranda Café Cultura & Artes com temporada de shows no formato stand-up comedy realizada pela comediante Renata Laurentino e o trio Tiago Banha, Lucas Carasek e Diego Barreto, do grupo Comédia de Novo.

3 VALE - O Instituto Geográfico e Histórico da Bahia promove, gratuitamente, entre os dias 25 e 26 próximos, das 14h às 18h, o seminário “O Vale do São Francisco e suas Potencialidades”, coordenado pelo engenheiro civil Manoel Bomfim Ribeiro. 

4 CATEDRÁSTICOS
- Los Catedrásticos voltam ao palco nesta sexta-feira, 20, agora no Teatro Jorge Amado, na Pituba. 

5 LIVRO
- A 14ª edição do Salão do Livro para Crianças e Jovens, da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil, de 18 a 29 próximos, no Rio, homenageia o escritor mineiro de literatura infantil Bartolomeu Campos Queirós, falecido em janeiro.

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