sábado, 14 de abril de 2012

Livre Arbítrio


O Supremo Tribunal Federal acaba de tomar uma sábia decisão ao permitir o aborto em casos de crianças anencéfalas. Eu costumo dizer que se Deus não quisesse que usássemos os recursos da medicina para resolver os nossos problemas de saúde, não nos teria dado o conhecimento para tal. A fé cura. É verdade. Mas, quando ela somente não resolve é necessário utilizar ajuda médica. Jesus disse: Ajuda-te, que os céus te ajudarão!

Questões religiosas a parte, o STF teve a sensatez de determinar que a mulher, e apenas ela, tenha a palavra final sobre se quer ou não abortar o feto anencéfalo. Como ser humano, como pai, eu sei do sofrimento que é decidir sobre um aborto. No caso da mulher, da mãe, muito mais sofrimento, porque ela por nove meses carregará no ventre um filho que terá alguns minutos ou horas de vida. E ainda corre ela mesma risco de perder a própria vida.

Voltando a questão religiosa Deus nos deu o livre arbítrio. O que significa ter a liberdade para tomar decisões e fazer as escolhas certas ou erradas, porém, arcando com as consequências das decisões tomadas. A mulher que decidir ter o aborto, deverá ter a consciência de que com certeza haverá consequências futuras. Contudo, tudo isso faz parte do processo de evolução espiritual de cada ser humano.

Proibições geralmente resultam em consequências muito piores do que aquelas advindas do livre arbítrio. No caso em questão, a proibição do aborto gera a clandestinidade. Não sejamos hipócritas a tal ponto de ignorar a enorme quantidade de abortos feitos clandestinamente, muitas vezes por irresponsabilidade, ignorância e motivos fúteis. O que não é o caso do aborto de anencéfalos.  Os abortos clandestinos, sejam de que natureza for, causam uma mortalidade inútil de mães e de inocentes e enriquece os crápulas que se utilizam do seu conhecimento médico para matar e não salvar vidas.

Eu vejo a proibição do aborto como vejo a questão das drogas. Ninguém está se importando sobre o por que das mães estarem abortando, assim como ninguém se pergunta por que a juventude está se drogando. Apenas querem coibir como se simplesmente a proibição fosse resolver o problema, e não apenas varrê-lo para debaixo do tapete. Entenda-se por drogas não apenas cocaína, maconha, haxixe, mas, também o álcool e o cigarro que têm a venda permitida livremente.

Usar ou não cinto de segurança? Ingerir ou não bebidas alcoólicas? Fumar ou não fumar? São questões que dizem respeito apenas a vida de quem faz essas opções. O que não é o caso de ingerir bebida alcoólica e dirigir. Nesse caso não apenas do a vida do individuo está em jogo. Mas, também as vidas que ele põe em risco ao tomar tal atitude. As leis deveriam ser draconianas nesses casos. "Dura lex, sed lex". A lei é dura mas é lei. E deve prevalecer para todos que a infringir, independente de raça credo ou posição social.

Diria Raul Seixas: "Faz o que tu queres, mas ha de ser tudo da lei".

Um comentário:

Alex disse...

Sr. Cristovam, seu artigo merece uma análise fria que busque a verdade em meio ao erro do STF, erro que o senhor elevou a status de "sabedoria", vamos a análise:


Abortar crianças indefesas anencéfalas mas vivas significa, tomar uma atitude deliberada em julgar quem tem direito à vida e até quando, Hitler tratava disso com o nome de eugenia, os homens modernos tratam como direito da mulher, mas quem garante o direito da criança? Afinal, para aborta-la (mata-la) ela tem que ter vida, se é um ser humano, mesmo com problemas, não deixa de ser gente e ter direitos. A outra pergunta que surge é, desde quando um ser humano "perfeito" tem direito de morte sobre outro ser humano incapaz e deficiente? As perguntas que surgem não carecem dos argumentos religiosos para demonstrar a monstruosidade,a injustiça e a falta de sabedoria dos ministros do STF em legalizar o direito de matar, de fazer limpeza eugênica com a tutela do estado que deveria na prática proteger o mas fraco, no caso, as crianças.

O senhor Cristovam afirma que a solução médica é vontade de Deus, concordo, mas pergunto, como se resolve um problema de anacefalia? Matar nunca foi solução médica senhor Cristovam, ou então o papel do médico foi invertido.

Agora falando um pouco da questão religiosa, o livre arbítrio realmente da a pessoa a possibilidade de tomar as decisões erradas, isso tem um preço é claro, contudo, é questão de liberdade também, tentar proteger o inocente (crianças), tentar como os espíritas sérios fazem, dar sustentação as pequenas almas, pois, mesmo vivendo apenas 15 minutos, é uma vida, uma alma que para espíritas sérios tem valor imensurável. Quinze minutos de vida da para dizer muitos "eu te amo", da para abraçar, beijar e ser mãe, mas para os descartadores de seres humanos, da para abrir o saco do lixo e descartar alguem.

Quando o senhor comenta do mal das proibições, deve considerar que por enquanto é proibido roubar, e a solução para os roubos está longe de sua legalização como prática de sustento. Como a solução para o aborto clandestino sem dúvida não a sua legalização, mas a educação e penalização, afinal de contas, para quem estuda a questão abortista sabe muito bem que os números de aborto são inflados pelos aborteiros para provocar comoção, sabe muito bem que toda gravidez (inclusive de anacéfalos) representa risco para a mulher e nem por isso está proibido engravidar.

Sem mencionar argumentos religioso, creio que o STF, dominado pelo PT, quer implantar os planos do partidão, tal qual o comunismo quer.