sábado, 16 de agosto de 2014

Alex Ferraz

ARMADILHA
A notícia é boa: Salvador ganhará pontos de ônibus decentes. Já era tempo. No entanto, sugiro que desistam da ideia de colocar vidro nesses pontos. Do jeito que a maioria dos motoristas de coletivo da capital dirige, será uma armadilha a mais para o cidadão pedestre, quando eles invadirem um  ponto.

Frase: "A violência é o último refúgio do incompetente." (Isaac Asimov)

País rico é país que respeita todos os seus cidadãos
Diz o slogan oficial que "país rico é país sem pobreza". A redundância da frase, embora possa parecer ideia genial de algum marqueteiro deslumbrado, estipula um parâmetro que não é único.
País rico, além de não ter pobreza, tem que oferecer uma vida civilizada aos seus cidadãos. E absolutamente não é o que acontece no Brasil, onde as cadeias são amontoado fétido de gente, os hospitais públicos são um caos e marcam consultas para até seis, sete meses de prazo; e onde os moradores da periferia convivem com ratos, esgotos e lama.
País civilizado, e portanto verdadeiramente rico em todos os sentidos da vida humana, é um país onde a Polícia, cujos salários são pagos pelos impostos arrecadados dos cidadãos, seja respeitada pelos honestos, que nela veriam uma proteção equilibrada, de bom senso, e temida pelos marginais, só por eles.
Mas não é o que temos no Brasil. Vamos ver a Bahia, mais especificamente Salvador: há diversos bairros e favelas onde a Polícia teme entrar, enquanto, por outro lado, esta mesma Polícia sai pelas ruas espancando e sumindo com cidadãos.
País civlizado, categoria da qual nos encontramos a anos luz de distância, é um país onde a Polícia é vista como protetora do cidadão. E uma Polícia não pode ser vista assim quando já desce da viatura distribuindo tapas e palavrões (por que os palavrões, senhores?), inclusive em rondas em bairros.
A Polícia tem o direito de atirar? Claro, quando é recebida a bala. Não custa lembrar que até bem pouco tempo atrás a Polícia inglesa carregava armas no porta-malas e só as tiravam dali com ordem expressa da chefia, do comando.
Mas parece que no Brasil ninguém comanda a PM, caso contrário seus prepostos não teriam a coragem de cometer tantas arbitrariedades. Fico a pensar se o filho de um deles sofrer tamanho ataque. Hoje, a família de Geovane chora a perda do filho, enquanto nos quartéis comandos ensinam antigas lições, de matar pelo nada e espancar sem razões. Para não dizer que não falei de flores...

Os 10 anos
desta coluna (I)
Foi em 2004, assim que deixei o jornal A Tarde, onde trabalhei por 21 anos (a maioria deste tempo como redator da coluna Tempo Presente), que imediatamente meu amigo Paulo Sampaio, diretor de Redação desta Tribuna e a quem conheço há mais 35 anos, chamou-me para escrever uma coluna e aqui está ela, há dez anos.
Celebro esta data ao tempo em que agradeço não só a Paulo, sempre talentoso para escolher auxiliares, como também a Walter Pinheiro, diretor-presidente da Tribuna, cujo equilíbrio e absoluta democracia no trato das questões jornalísticas sempre foram destaque.

Os 10 anos
desta coluna (II)
Em tempo: comecei minha carreira nesta Tribuna, em 1975 (ainda um garoto, claro!) e tive o prazer, desde o começo, de trabalhar com Paulo e Walter. Meus agradecimentos também a toda a Redação, que sempre me deu grande força para tentar ser cada vez mais eficaz na redação deste espaço. Que venham, pois, os próximos 10 anos.

Precisamos
do voto contra (I)
De Nelson Motta, em O Globo, edição de ontem: "Millôr Fernandes, que a cada dia está mais atual e inteligente, teve uma ótima ideia para democratizar o nosso sistema eleitoral, infelizmente nunca aplicada ou sequer proposta: o voto contra. O eleitor teria direito a dois votos, um no seu candidato preferido, e outro contra quem considerasse indigno de um cargo publico e nocivo à sociedade, um direito tão democrático como eleger um representante."

Precisamos
do voto contra (II)
Mais Nelson: "Nos Estados Unidos, como fazem com automóveis, os eleitores têm direito a um recall de políticos que estão dando defeito. Seja por traição ao eleitorado com promessas não cumpridas, escândalos de corrupção, irresponsabilidade fiscal ou ineficiência administrativa, um recall pode ser proposto na Justiça e o elemento, democraticamente, ser cassado se assim quiser a maioria. Vários eleitos com grandes votações já foram enxotados no meio do mandato."

Não vamos culpar
as vítimas
Como costuma acontecer em acidentes de grande repercussão envolvendo gigantes da indústria aeronáutica, há sempre um lobby para tentar, ao máximo, defender o equipamento e culpar os pilotos.
Espero que não seja este o caso do acidente que vitimou Eduardo Campos e comitiva. É que, a despeito de INÚMERAS testemunhas afirmarem que o avião já estava em chamas antes de cair, alguns especialistas insistem em dizer que a aeronave só teria pegado fogo (explodido) em solo. Hum, será que estão tentando culpar os pilotos? Veremos. Ou não...

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