A morte do presidenciável Eduardo Campos
pode ser vista como resultado de um mecanismo perverso e cruel em que se tornou
a pratica política no Brasil. Ele estava
indo para o Guarujá, num jatinho fretado, para fazer uma palestra cumprindo a
sua agenda de campanha. O avião caiu antes de chegar ao destino matando todos
os ocupantes. Este acidente poderia ter sido evitado se a palestra fosse
realizada através de vídeo conferencia, uma tecnologia amplamente usada hoje
nos meios empresariais e de custo bem inferior do que viagens de avião e muito
mais prática.
Mas, Eduardo tinha que se fazer
presente porque é uma exigência do fisiologismo que norteia as campanhas
políticas. As pessoas querem ver o candidato pessoalmente, conversar com ele,
apertar a sua mão, seja por simples tietagem de fã ou correligionário político,
ou, quiçá, aproveitar a oportunidade para chamar o candidato de lado e pedir um
favorzinho em troca de votos. Ninguém se contenta em ver o candidato na TV ou
ouvir pelo rádio, para tomar conhecimento das suas promessas e possíveis planos
de governos. Não! Tem que ser ali, na bucha, ao vivo e em cores.
Tudo isso aumenta consideravelmente o
custo das campanhas políticas. Não só pelo valor gasto em viagens, como também
na compra de votos através dos famigerados cabos eleitorais. Você quer ser
candidato? Então saiba que sua eleição tem um preço, que não é barato. O alto
custo de uma campanha, seja para vereador, prefeito, deputado, senador ou
presidente, envolve milhões ou até quem sabe bilhões de reais, a depender do
cargo que se disputa. O que começou com uma troca de pequenos favores por
votos, hoje se tornou um comercio que movimenta altas somas em dinheiro vivo.
O alto custo das campanhas políticas
está chegando a níveis insuportáveis e já começa a fazer vítimas entre aqueles
que não aceitam a pratica da compra de votos e os que simplesmente já não
dispõem de dinheiro para bancar campanhas. Aqui mesmo em Feira de Santa e
região temos vários e exemplos de políticos ou aspirantes a políticos que desistiram
das suas candidaturas pelos motivos acima citados.
Nos países mais avançados,
principalmente na Europa, um turista desavisado poderá chegar a um país no dia
de uma eleição presidencial e se quer tomar conhecimento do que está
acontecendo. Isso porque não existe carros de som nas ruas causando poluição
sonora, faixas, cartazes, santinhos, cavaletes e nem se quer as famosas
“preguinhas” entulhando as ruas de lixo e causando poluição visual.
A campanha política no mundo civilizado
é feita através de debates entre os candidatos nos canais de rádio e TV,
correspondência pessoal levada pelos correios aos eleitores, palestras
realizadas em associações de classes ou instituições sociais, de forma que a
mensagem chegue só a quem interessa e sem algazarra ou sujeira nas ruas e muito
menos compra de votos.
A campanha assim fica limpa e barata e
não faz dos protagonistas carrascos nem vítimas de um mecanismo criado por eles
mesmos como acontece aqui no Brasil.
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