quarta-feira, 23 de janeiro de 2019

Bolsonaro em Davos


César Oliveira
Uma notícia no jornal El País dá bem a dimensão da imprensa atual. A mesma repórter diz, na edição brasileira, que o discurso em Davos, decepcionou; na edição espanhola, diz que tentou entusiasmar investidores. Na Espanha, foi neutra;no Brasil, panfletária. É de acordo com o freguês.
Não se podia esperar do discurso de Bolsonaro mais do que apresentou. Não tem boa oratória, nem domina nada de economia. Isso cabe a Paulo Guedes, que é quem os investidores irão ouvir. O papel de Bolsonaro é ser fiador da nova politica econômica e isso é o que ele está fazendo lá. Garantindo Moro, no combate a corrupção; Guedes, na implantação de uma política liberal. Cumprindo esse papel já terá feito uma grande missão.

Bolsonaro citou reformas, meio ambiente, corrupção, respeito aos contratos, combate à burocracia, e prometeu reduzir o fechamento do Brasil para o comércio, e tornar o Brasil um país ótimo para fazer negócios, sem vieses ideológicos, fez questão de ressaltar. E reforçou a democracia.
O discurso garantiu o essencial e apesar de toda má vontade habitual da imprensa nativa, sairá de lá com mais sucesso que fracasso em atrair investidores.
Bolsonaro viajou com uma pequena comitiva, ficou em um hotel de baixo custo, dormiu na poltrona do avião, como todos, e não na cama, e comeu no bandejão. Tivesse ido com as comitivas nababescas de 200 pessoas e dormido em hotel de diária estratosférica, como as comitivas do passado, seria acusado de desperdício; como fez o contrário, é acusado de populismo barato.
O resultado final é que disse o correto e necessário, garantindo o que o capital quer ouvir. O resto é ranger de dentes...

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