Se depender dos esforços financeiros da desenvolvedora de software Niantic, usuários que passaram horas no jogo para celular Pokémon Go logo terão outro vício para chamar de seu. A empresa, conhecida por seus games de smartphone dotados de realidade aumentada, está desenvolvendo um jogo inspirado na série de livros e filmes Harry Potter.
Neste começo de ano, a Niantic reforçou a novidade ao confirmar ter recebido um investimento de 190 milhões de dólares. A especulação sobre a negociação corre desde dezembro do ano passado
e envolveu investidores como o fundo focado em mídia e tecnologia
Institucional Venture Partners (IVP), a gigante de tecnologia Samsung e a
aXiomatic Gaming, que investe em iniciativas de esportes eletrônicos (esports). Ao todo, a desenvolvedora já recebeu 415,6 milhões de dólares em aportes e está avaliada em 3,9 bilhões de dólares, segundo o Wall Street Journal. Ou seja, é há tempos um unicórnio, nome dado às startups avaliadas em mais de um bilhão de dólares.
Bruxinhos tecnológicos
O novo título da Niantic, chamado Harry Potter: Wizards Unite, é uma joint venture com os estúdios Warner Bros. A aposta não é subjetiva: a franquia Harry Potter gerou 15 bilhões de vendas nas últimas duas décadas, valor que incluiu alguns games.
O diferencial da Niantic para os jogos anteriores será não
apenas ter o celular como plataforma, mas fazer uso da tecnologia de
realidade aumentada. Os jogadores poderão imitar os bruxos da franquia
Harry Potter, aprendendo mágicas e explorando seus arredores para
encontrar e lutar contra criaturas mágicas e inimigos. Harry Potter: Wizards Unite deverá ser lançado ainda em 2019.
Pokémon Go: mais vivo do que nunca
A Niantic começou em 2010 e, dois anos depois, lançou seu
primeiro jogo. O Ingress usava localizações, como o Pokémon Go. A ideia
era fazer seus usuários saírem do sofá de casa e procuraram pontos
turísticos locais, de estátuas a parques.
A desenvolvedora só explodiu em julho de 2016, quando se
associou à empresa japonesa de jogos familiares Nintendo e sua The
Pokémon Company, responsável pela comercialização e licenciamento da
franquia de bichinhos capturáveis. No game para smartphone, os
usuários devem caminhar para coletar todos os pokémons. No meio do
caminho, fazem como no Ingress e exploram pontos turísticos.
Desde seu lançamento, o Pokémon Go acumula uma receita global
de 2 bilhões de dólares. Pode até parecer que o aplicativo sumiu da
rotina de seus antes fervorosos usuários. Porém, o jogo continua forte
em mercados como Estados Unidos e no Japão
Analistas da Sensor Tower estimam
que o Pokémon Go faturou 795 milhões de dólares mundialmente no ano
passado, um aumento de 35% sobre 2017. O app se monetiza por meio de
microtransações que geram receitas recorrentes, assim como fazem
diversos outros games. Seus jogadores
gastam cerca de 2 milhões de dólares diariamente. Cerca de 262 milhões
de dólares vieram dos americanos e 239 milhões vieram dos japoneses.
Os números impressionantes devem ser atribuídos às novidades
constantes que a Niantic coloca no jogo, como novos pokémons, eventos
com bichinhos raros e recursos como batalhas entre treinadores. O próximo passo para a Niantic é tornar sua realidade aumentada ainda mais real, com a criação de óculos especiais ou softwares para tal tecnologia.
Esse empreendimento não custará nada barato. Mas, felizmente, a Niantic
tem aportes de investidores e parcerias de peso para sustentar a
tentativa. (Exame)
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