terça-feira, 29 de janeiro de 2019

O fim da privacidade

César Oliveira
Nós, da geração baby boomers aos millennials, passando pelas gerações, X, Y, Z, estamos vivendo algo histórico: a revolução sem armas, causada pela informática e a internet, que ainda irá, para o bem e para o mal, se converter na principal invenção, ou mais transformadora, da humanidade.
Nela está incluído o fim da representação coletiva e o advento da representação individual, mas com a supremacia de uma  linguagem universal ( em breve futuro todos falarão todas as línguas via tecnologia), de conteúdo superficial em detrimento do profundo, de difícil assimilação.
Do mesmo modo, com o alvorecer do individualismo, da incapacidade de frustração e de renúncia individual, assistiremos a fragmentação violenta das relações duradouras, dos vínculos de permanência, como meio de evitar o sofrimento, e o peso da perda, ou do não. Assim como estamos nos desobrigando da sensação de dever com os pais.

Além disso, o que estamos a presenciar, a partir da China, e nem Deus - que Einstein disse que não jogava dados com o Universo-, sabe qual limite terá, é a manipulação genética como criadora de uma nova espécie, não mais natural, e inteligência artificial, como instrumento de controle da sociedade e classificação de cidadãos. Há minorias chinesas já controladas e monitorizadas pelo governo e mesmo cidadãos das maiorias já sofrem toda uma regulação comportamental. O sonho do controle social das ditaduras comunistas, que tentaram ao custo de milhões de vítimas, está chegando via tecnologia.
O resto do mundo ocidental não ficará para trás e  sob o disfarce dos benefícios, ou desculpa, de segurança, implantarão seus modelos. E, a esse modelo de totalitarismo tecnológico- muito mais difícil de ser classificado, e de ser percebido como tal-, teremos muito mais dificuldade de combater, pois, será difuso, controlador, antecipador de todas as ações.
O que nossa geração está vivendo é uma revolução histórica política e social: o fim da privacidade, como a conhecemos e um estilo de  liberdade condicional para todos.
Somos, todos, dinossauros. E o futuro está vindo.

Nenhum comentário: