No ano de 1964, ano do golpe de estado que
estabeleceu uma ditadura militar no Brasil, eu tinha apenas dez ano. Em 1968 eu
já tinha desenvolvido alguma consciência crítica, e como tenho espírito
libertário, não gosto de prepotência e sou avesso à escravidão, logo me
posicionei contra a ditadura e assim permaneci até que o País voltasse ao
estado de direito, nos anos 80. Em 1976 participei da minha primeira campanha
política, em nível municipal, e depois que entrei para o jornalismo, passei a
conviver mais e entender os meandros da política.
Não
foi difícil para mim, que ainda no ginasial já tivera noções de Organização
Social e Política Brasileira (OSPB) e Educação Moral e Cívica (EMC). Além disso
eu já tinha estudado história geral e lido muitos livros que me trouxeram
conhecimento sobre a Grécia, o berço da Democracia, a filosofia social de Marx,
o comunismo russo, Além de impérios, reinados e potentados orientais, entre
outras formas de governo. Lógico que me apaixonei pela democracia.
Mas
os anos se passaram e com eles a experiência que me fez entender que não
importa o regime político para que um povo seja feliz, e sim a relação que este
povo tem com o seu governo. Tomemos como exemplo a Monarquia inglesa. Oliver
Cromwell derrubou o Rei Carlos e criou um sistema parlamentarista que passou a
governar a Inglaterra. Estava tudo bem, mas o povo sentia a falta de um
monarca, e logo havia um movimento para que ele assumisse a Coroa e restaurasse
a monarquia. Ele resistiu, dizendo que não havia derrubado um rei para colocar
outro no lugar, mesmo que esse novo rei fosse ele. Tempos depois o povo inglês
resolveu o problema, restaurando a Monarquia, mas conservando o
Parlamentarismo. Então, até hoje, na Inglaterra, o Rei (ou a Rainha), reina,
mas quem governa é o Parlamento. E todo mundo está feliz.
Outro
exemplo é Cingapura, uma cidade-estado localizada no Sudoeste da Ásia, que até
alguns anos atrás vivia num caos total. Crime organizado, corrupção, drogas,
violência generalizada, analfabetismo, ignorância (lembra algum país? Kkk). Por
lá apareceu um general que, sem dó nem piedade, fuzilou todos os corruptos,
todos os bandidos, todos os drogados. No dizer dele, eliminou os diversos
tumores cancerígenos que destruíam a nação. Implantou uma ditadura e com mão de
ferro conduziu o país que saiu do nada para ser uma cidade primeiro mundo, onde
o povo é altamente civilizado, tem alto grau de instrução, civilidade e
civismo, e não existe mais crimes, corrupção nem droga. E quando aparece
qualquer sinal disso, é rapidamente eliminado. E o povo vive muito feliz com
seu regime ditatorial. Da mesma forma os
russos vivem muito felizes com sua ditadura comunista, até porque, sendo um
povo descendente de bárbaros beligerantes, sabem que precisam de uma mão de
ferro para impedir que se destruam mutuamente.
E
assim pelo mundo inteiro. Os Estados Unidos, chamado de “Berço da Liberdade
Moderna”, por conta da sua Democracia Plena e mínima interferência do Estado no
dia a dia dos cidadãos, perduram como uma das nações mais poderosas do mundo
porque o seu povo sabe quanto custou em suor, sangue e lágrimas, a sua
liberdade, e para mantê-la precisam ter muita responsabilidade, sem cometer
desatinos e preservando a qualquer custo os seus valores culturais. Já a França
socialista e liberal em demasia, já começa a pagar o preço pela
irresponsabilidade e desonestidade dos seus governantes.
Sei
que vai ter muito intelectual de orelha de livro e esquerdista de mesa de bar
que vai torcer o nariz ao ler esse texto. Mas a história, minha velha aliada,
está aí para não me deixar mentir.
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