Prefeito repetidas vezes de um município baiano, conhecido comerciante, muito popular e querido da população, era o verdadeiro manda chuva do lugar até porque, desfrutando da amizade e confiança do então governador, o que ele pedia era logo atendido de acordo com as necessidades da comunidade e disponibilidade dos cofres do estado. A amizade era sacramentada de modo que ele sempre tinha acesso ao palácio sem dificuldades.
Determinado dia
surpreendido com a nomeação de um juiz para uma cidade próxima que começava a
apresentar visíveis sinais de desenvolvimento em contraste com o que ocorria na
sua comunidade, sentiu-se magoado e até ofendido. E a sua lealdade, sua amizade
com o governador de nada valeriam? Entrou na caminhonete e zarpou para a
capital baiana com ideia definida. Conversaria pessoalmente com o governador,
até porque “não era homem de mandar recados!”.
De pronto foi recebido no palácio. Com sempre tinha portas abertas pela amizade construída com esforço em muitas campanhas vitoriosas. Saudações, abraços e a pergunta de que conhece bem seus agregados políticos. “Tudo bem compadre, como vai você e aquele povo bom. O que você quer?” Conversa reta e o prefeito não se fez de rogado. “Governador, o município vizinho, agora tem um juiz e o nosso nada! O que vou dizer para os seus eleitores e os meus eleitores, governador?”
Vendo o ciúme estampado nas feições do velho amigo e correligionário, o governador procurou acalmá-lo. “ Compadre tudo que você pede eu não lhe concedo? Tudo bem, você agora quer um juiz. Eu mando um pra lá, mas tem uma coisa compadre, você é quem sabe, a maior autoridade de um município é o juiz, ele manda mais que o prefeito!” e o prefeito de imediato: “não governador, deixe como está!”
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