sexta-feira, 27 de novembro de 2020

 Eleições e eleitores

         “A formiga, com ódio da cigarra, votou no inseticida. Morreram todos, inclusive o grilo, que votou nulo”. Maura publicou essa frase numa rede social, e alguém, logo questionou: “Em que contexto”? Maura não respondeu, mas eu pergunto: Você quer com texto ou sem texto? Porque textualmente, eu diria que incomensuravelmente, a teoria da relatividade pressupõe que o inseticida vai subir de preço, o que indefectivelmente provocará hiperinflação, Como efeito colateral, considerando a desvalorização dos títulos da Lapônia, Papai Noel trará menos presentes esse ano. Para tristeza do Saci Pererê e sortilégio dos Tapirídeos.

Eleições e eleitores I

         Eu não tô maluco não, gente, mas é que não dá pra levar a sério alguns questionamentos de gente que sequer sabe de que lado nasce o sol. É a mesma gente que questiona se uma professora sem nível superior pode ser secretária municipal da Educação, mas admite que um analfabeto seja presidente da República.

Cor não define caráter

         Eu não comentei a morte por espancamento do João Alberto, pelas mãos dos “seguranças” do Carreful, porque não sabia dos detalhes da ocorrência e, também porque não embarco na correnteza do julgamento pela cor da pele. Pra mim, não existe Dia da Consciência Negra, branca, vermelha ou amarela. Pra mim, todos os dias são dias de Consciência Humana, Limpa, Justa, Honesta. Eu, como bom Amarelo Empapuçado que sou, gosto de todo mundo. Todo mundo que presta. Não vou defender os malfeitos de ninguém por conta de raça, religião, política ou coisas assim. Vou pela Bíblia e pela Constituição, que preconizam que todos somos iguais perante a Lei e perante Deus. Isto posto, ouçam esse áudio e conheçam o João Alberto.



O governo que mais trabalhou?

Pois sim, O governo que mais gastou em propaganda. Nessa propaganda enganosa o governo do Estado diz que investiu muito em Feira de Santana, principalmente, em sistema de abastecimento de água e na Saúde. Vejamos: Todos os dias, nas mesmas mídias que divulgam a propaganda, ouvimos também reclamações sobre falta de água, que em algumas localidades já está há mais de mês sem cair uma gota nas torneiras e, também sobre encanações quebradas jorrando água nas ruas e praças da cidade. Quanto à Saúde, uma UPA Regional, uma maternidade que apenas saiu do Hospital Clériston e foi ocupar uma área ociosa do Hospital da Criança, não me parecem muito. Mesmo o Hospital Clériston 2, inaugurado seis anos depois do prometido, só está funcionando com alguns leitos de UTI para Infectados pelo corona vírus. Nada mais funciona lá. Mas eles fazem isso porque o povo acredita em todas as mentiras que eles contam. E gastam o nosso dinheiro para divulgar tais mentiras.

Debate

         Eu vejo os debates políticos pré-eleitorais, promovidos pelas emissoras de rádio e TV, como uma coisa chata, ultrapassada e com pouco ou nenhum proveito para o eleitor. Exceto, talvez, para aqueles que torcem por este ou aquele candidato. Estes já estão decidido e não mudarão o voto por causa de um debate. E depois fica aquela conversa: Quem ganhou o debate? Na minha visão, ninguém. Não é uma disputa. São exposições de ideias sobre temas variados, e nunca expostas de modo claro e direto, porque o tempo é curto para que se analise por todos os ângulos. Melhor foi a forma adotada pelo programa Acorda Cidade, que entrevistou cada candidato do primeiro turno ouvindo suas propostas de governo e respondendo a perguntas da produção do programa e dos ouvintes. Mas, ainda ali, o tempo foi curto. Melhor seria se agora, no segundo turno, tivessem feito o mesmo com os dois candidatos remanescentes, dedicando, pelo menor, uma hora do programa para cada candidato. Assim, o eleitor indeciso poderia tirar suas conclusões e decidir votar em um ou outro. Ou não. Em tempo: O debate entre os dois candidatos realizado na quinta-feira pela Rádio Sociedade News foi mais dinâmico do que o realizado pela Princesa FM, mas o formato foi idêntico.

A verdade aparece

Desde que Zé Neto apareceu na política feirense, de cara eu desconfiei que ele não era o que queria demonstrar. Com o passar do tempo fui descobrindo que eu estava certo sobre o que pensava e sobre coisas que eu nunca imaginaria que um ser humano pudesse ser tão crápula. Nestas últimas semanas descobri que, além de mentiroso, enganador, faz falsas promessas, é muito mais. Ouvi áudios e vi vídeos dele, em momentos reservados, mostrando sua verdadeira face de homem mau caráter, ganancioso, violento e desnaturado. O pior de todos mostra o abandono ao qual ele relega o próprio pai, idoso e com uma perna amputada, vivendo miseravelmente. Quando se refere a família, fala apenas da mulher, filhas e da mãe, embora tenha vários irmãos. Se a maioria das pessoas viu o que eu vi, a verdade nua e crua, sem meios termos, só erra se quiser. O meu voto é de Colbert.


Dica musical

         A minha dica musical desta semana é Ebony and Ivory (O ébano e o Marfim), com Paul McCartney e Steve Wonder. “O ébano e o marfim vivem juntos em perfeita harmonia. Lado a lado no teclado do meu piano. Ah, Senhor, por que não a gente”? É a questão crucial que há na letra. Nestes tempos em que estão querendo nos separar, nos julgar, nos agredir, apenas pela cor da nossa pele, é uma pergunta bem oportuna. “Nós sabemos que todos são iguais aonde quer que vamos. Existe o bem e o mal em todo mundo”. O bem e o mal sempre existiram e sempre existirão no universo, mas não é a cor da pele que define se alguém é bom ou ruim. Vários fatores externos contribuem para a formação do caráter de uma criança, e isso definirá que tipo de adulto ela será. “Nós aprendemos a viver. Aprendemos a dar um ao outro o que precisamos para sobreviver juntos”. Sim. Precisamos uns dos outros para suprir nossas necessidades básicas, como roupas, moradia, alimentos etc. e segurança, para nos defendermos dos malvados. Se cuidássemos melhor das nossas crianças, mesmo as abandonadas, teríamos menos gente ruim no mundo. Se um negro e um branco podem compor, tocar e cantar juntos uma bela música como essas, por que há gente que não consegue? O que é que realmente nos separa? Reflitam vendo e ouvindo, com tradução, os dois juntos no vídeo a seguir:


Philosopher

“Sou responsável pelo que falo e não pelo que você entende”. (anônimo)

Uma coisa que sempre me intrigou era perceber a dificuldade que a maioria das pessoas têm de entender o que outras pessoas dizem. Os assuntos mais simples resultam numa interpretação consoante a capacidade de entendimento de cada um. Na minha ignorância monocrática eu acreditava que só havia uma interpretação para cada fato, uma resposta para cada questão. Até que um dia li em algum lugar que uma verdade tem muitas faces. E logo eu compreendia que nada neste mundo é definitivo, absoluto, pois até 2+2 podem, sim, ser cinco.

A última e definitiva lição recebi quando um palestrante deu uma interpretação diferente para o lema dos antigos marinheiros de que “navegar é preciso, viver não é preciso”. Até então eu entendia que queria dizer que navegar era mais importante que a própria vida. Pelo menos, para eles, que se atiravam bravamente de encontro ao desconhecido, motivados pela aventura e sabe lá Deus mais o que. Mas há outra interpretação. Navegar é preciso, no sentido de ser exato, e não de necessidade. Porque se marca uma rota, parte-se de um ponto e chaga-se ao outro de forma exata e precisa. A não ser, é claro, que ocorra algum incidente pelo caminho. Pensando assim, tenhamos muito cuidado quando interpretarmos o que outras pessoas dizem. Porque elas podem estar dizendo uma coisa, e nós, entendendo outra.

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Por hoje é só que agora eu vou ali ouvir Nilo Amaro e os Cantores de Ébano. “Uirapuru, Uirapuru. Seresteiro cantador do meu sertão...”

 

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