O título é de um filme genuinamente feirense que acaba de ser lançado. Pode-se dizer que loucos mesmo são aqueles que se propuseram a fazer um filme utilizando pessoas comuns como atores, sem recursos técnicos e financeiros, sem nenhuma experiência em cinema. Alvenir Mamona e Chico Oliveira, como disse Glauber Rocha, tinham apenas uma idéia na cabeça e uma câmera na mão. E foram à luta.
Escreveram o roteiro, buscaram patrocínio, selecionaram os atores entre a população feirense. Pessoas que nunca haviam pisado num palco, que não tinham nenhuma experiência de teatro ou cinema. E com um orçamento singelo conseguiram realizar o filme que, ao que tudo indica, vai estourar de sucesso.
Por quê? Porque souberam tratar com propriedade de temas cotidianos como violência nas ruas e nas escolas, a realidade da população feirense convivendo com toda sorte de dramas na família e no trabalho, a juventude perdida nas drogas, os assaltos e os assassinatos numa cidade em que morre mais de uma pessoa por dia vítima da violência urbana e rural.
A clareza da linguagem simples das pessoas comuns, suas roupas, seus costumes, seu lazer, seus ídolos, suas motivações para continuar vivendo a dura realidade do dia a dia da grande maioria da população. Tudo isso supera o que falta em termos de profissionalismo dos atores, e além disso, o som e a imagem são bons. Algumas tomadas são impressionantes.
Não sou crítico de cinema, mas conheço bem a natureza humana, e tenho certeza que o filme vai tocar no coração e na alma das pessoas que certamente se identificarão com os personagens. As participações especiais de figuras populares, mais que conhecidas da sociedade feirense, como o os cantores Dito Leopardo e Tonho Dionorina, o jornalista Zé Coió, e o atual secretário municipal de Cultura Esporte e Lazer, Arthur Andrade (perfeito no papel de delegado), dão um toque divertido à trama.
E o melhor indício de que o filme vai fazer sucesso é que já foi pirateado e está vendendo muito.
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