terça-feira, 18 de setembro de 2012



Feira de Santana não está entre as cidades mais violentas do Brasil

 Mas, apresenta índices alarmantes. 

         Ainda na primeira quinzena deste mês o número de mortes violentas já ultrapassava 300. A  população está cada dia mais assustada com a falta de segurança no município. Mortes violentas e roubos são acontecimentos corriqueiros e Feira de Santana tem aparecido nas manchetes até em nível nacional. Até a educação já sofre as consequências da falta de ações políticas concretas de combate ao crime e não se ver investimento sério para mudar esse quadro.
         O problema da falta de segurança é estrutural. O investimento sem duvida é alto e os resultados maiores vêm em longo prazo, mas é preciso que haja medidas. Oferecer boas condições de trabalho aos policiais e aumentar o efetivo, que é o mesmo de quando o município tinha 300 mil habitantes, paralelo a campanhas contra a violência e educação de qualidade são algumas das ações indispensáveis.
A cidade não está na lista das mais violentas do País, contudo," se fosse um país independente seria o segundo mais violento do planeta perdendo apenas para El Salvador, considerando a proporção de mortes por cada grupo de 100 mil habitantes", conforme o vereador Marialvo Barreto. Ele fez uma pesquisa e apresentou na Câmara Municipal que revelam números alarmantes. Entre as 10 cidades mais violentas do Brasil, três são da Bahia. Feira de Santana, embora não esteja entre as mais violentas do País, tem uma média de 68.7 mortes por cada 100 mil habitantes.
         O governo municipal criou uma Secretaria de Prevenção à Violencia (Seprev), com a intenção de conter a onda de criminalidade na cidade. E para tanto instalou na Seprev uma Central de Monitoramento de onde prepostos das Polícias, da Guarda Municipal e do Corpo de Bombeiros observam em tempo real, através de câmeras espalhadas pela cidades, as ocorrências do dia e da noite. Isso tem possibilitado a identificação de criminosos, permitindo a prisão dos mesmos, porém, pouco evita que crimes sejam cometidos. E a prova é que até o dia 12 deste mês a policia já havia registrado 300 mortes violentas.
Embora Segurança Publica seja de responsabilidade do Estado, em seus programas de governo alguns candidatos a prefeito do município falam em ampliação do videomonitoramento eletrônico e fortalecer o trabalho integrado no Gabinete de Segurança entre as Polícias Militar, Civil, Federal, GCM, Defesa Civil, municípios vizinhos, organizações sociais e demais organismos em políticas publicas e sociais, para redução da criminalidade e violência, usando planejamento, metas e sistemas de inteligência. Da construção da sede própria da Guarda Municipal e aumento do seu efetivo, promoção de campanhas para educar e alertar a
população sobre os danos provocados pelo uso de drogas e também intensificar o desarmamento da população. Sem dúvida, são medidas necessárias, porém o combate às drogas, à criminalidade começa em casa e é complementado pela escola.

Paz nas Escolas
Em abril do ano passado o projeto Paz nas Escolas foi implantado e logo foram apreendidas 154 armas brancas como estilete, facas e canivetes, que foram entregues pelos próprios alunos. Isso se deve também ao trabalho em conjunto da Guarda Municipal com pedagogos e professores, que realizam palestras sobre o risco do porte de armas nas unidades de ensino e informações sobre ações que podem evitar a violência dentro e fora da escola.
O comandante da Guarda Civil, Marcos Vinicius destaca que encontrou resistências no inicio do projeto, principalmente com o poder judiciário e dentro do próprio governo do município, mas quando houve a adesão da sociedade principalmente da impressa, o projeto alavancou. As queixas mais frequentes que Guarda Civil Municipal encontra nas escolas é de brigas e degradação ao patrimônio público.
Prepostos da Guarda Civil Municipal desencadeiam diversas ações diariamente, com o intuito de prevenir a violência no âmbito escolar, como as visitas às escolas municipais. Segundo o comandante as rondas são realizadas nas escolas da sede e zona rural de Feira de Santana. “Com a execução do projeto constatamos uma redução no índice de violência no ambiente escolar”, assegura. Ele destaca que as abordagens são realizadas por guardas devidamente habilitados.
A iniciativa é resultado da parceria entre a Secretaria Municipal de Prevenção à Violência e Promoção dos Direitos Humanos (Seprev), através da Guarda Civil Municipal, e a Secretaria Municipal de Educação.

Bases Comunitárias de Segurança
         A alta cúpula da Segurança Pública esteve reunida no dia 9 do mês passado, no auditório do Ministério Público, para traçar planos para um levantamento analítico da violência na cidade. O objetivo é a implantação da Área Integrada de Segurança Pública (AISP), através de Bases Comunitárias de Segurança. O coronel Adelmário Xavier, comandante Regional Leste, e o delegado Ricardo Brito fizeram a apresentação do projeto. A primeira unidade deverá ser inaugurada no próximo dia 27, no bairro George Américo, bairro escolhido por ser um dos que registra maior índice de violência.
         Durante o evento foram apontados assuntos relacionados às ocorrências na cidade e região, seus pontos críticos, integração entre as polícias civil e militar, através das operações conjuntas. Na oportunidade, o coronel apresentou os programas do Comando Regional Leste (CPRL), voltados à polícia comunitária, a exemplo da Ronda Escolar, Programa de Resistência as Drogas (PROERD), Núcleo de Apoio ao Policial Militar (NAPM), Conselho Comunitário do bairro Cidade Nova, e da parceria com a Prefeitura, através da Central de Monitoramento.

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