sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Sua Excelência Toicim



            Depois que ouvi no “Hilário Eleitoral” a propaganda do candidato a vereador “Toicim”, cujo slogan de campanha foi “Ruim por ruim, vote em Toicim”, comecei a imaginar como ficaria a Câmara Municipal caso ele e outros candidatos que atendem por apelidos fossem eleitos. Vamos começar pela composição da Mesa Diretiva da “Casa da Cidadania”, que teria na Presidência S. Excelência Toicim, é claro. O vice seria Lupinho (Lupus, Lôbo), que queria a Presidência, mas se contentou com a vice, de onde estaria sempre na moita, espreitando o Toicim, babando por um vacilo dele.
          A vaga de segundo vice-presidente ficou com Luciano Melhor Opção, por motivos óbvios. Na hora de escolher o primeiro, segundo e terceiro secretários, o vereador “Meu Nobre” chamou a atenção dos seus pares para a necessidade de uma escolha politicamente correta, contemplando-se as minorias. E foram eleitos para estes cargos os vereadores Véi, representante da terceira idade, Cau Preto, representante dos afrodescendentes, e Miss Ney, representante feminina.
          Para Corregedor a escolha recairia sobre Tio Bico, porque Tio já inspira um certo respeito e este já vive mesmo metendo o bico em tudo quanto é assunto. Algumas Comissões foram logo compostas, como a de Festejos Populares que ficou com Rei Momo Dilsinho (presidente) e os edis Popular Milton e Hilário. As demais Comissões seriam formadas posteriormente, no decorrer dos trabalhos, mas já havia um protesto de Albertina Chuchu, porque ninguém a convidava pra nada. Achavam-na muito insossa, sem graça.
          Logo na primeira sessão ordinária já teve um quiproquó entre os vereadores Alex Civil e o Sargento Joel, que é militar. Tudo porque Sargento, também conhecido como “Namorador”, estava arrastando asa para a Nega Maluca, noiva do Civil. Mas Instanque interveio, parou a briga e Côco levou Civil para beber uma água e Carlito do Peixe chamou o Namorador para uma pescaria.
          Durante o Grande Expediente, Tia do Lanche votou, sem querer, favorável a um projeto ao qual o seu Partido era contra. Era para permanecer sentada e ela estava de pé. Mas se justificou alegando que só se levantou porque o líder do governo, Barriga, havia lhe solicitado um suco e um pastel, e ela foi servir. Afinal, ela venceu a licitação para explorar a venda de lanches no Plenário e tinha que cumprir bem o contrato para não perder aquela “boquinha”.
          Amenir Furacão aproveitava a suspensão da sessão, decretada por Toicim, e colhia assinaturas para um projeto objetivando criar um Comissão dos Direitos da Mulher na Câmara Municipal, e a cada um dizia: “Vamos lá, vote gostoso”, para desespero dos vereadores católicos e evangélicos.
Em meio àquela confusão Bule servia cafezinho e chocolate quente para todos.

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