terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

Cenário

O cerco a Lula torna-se cada vez maior, as provas cada vez mais contundentes. Agora, depois de depor na PF mais de uma vez como testemunha, Lula fugiu de depor ao MP. Há, ainda, o depoimento a Sergio Moro.  
A verdade é que a resistência de Dilma no Planalto depende de Lula poder ser candidato em 2018. Caso o ex-presidente seja preso - o que parece inevitável - ou se torne inelegível, o mandato de Dilma não valerá uma mosquita pousada na mandioca.

Crise e Masoquismo
São 10 milhões de desempregados, mais de 100 mil lojas fechadas, recessão, inflação de mais de 10% e PIB negativo por 3 anos. Apesar deste resultado o governo segue indiferente, inútil, incapaz de qualquer medida de gestão. Sem credibilidade, fica extorquindo mais o brasileiro através dos aumentos setoriais de impostos como bebidas, sorvetes, como se estes também não gerassem emprego; com o não reajuste da tabela do Imposto de Renda, mais uma vez. Ao mesmo tempo insiste em tirar mais do cidadão com a CPMF, como se fosse nossa a obrigação de cobrir o rombo da corrupção e populismo oportunista, mas não corta o custeio, não reduz seus 22 mil cargos comissionados, não faz nenhum ajuste na sua máquina corrompida e aparelhada, no seu Ministério de uma incompetência sideral.
Em verdade a única pauta é barganhar a permanência no poder no dia seguinte, como se fosse um  drogado tentando saciar o vício. A presidente, por sua vez, em completo surto mental sai a dizer asneiras sem sentido em seus discursos que vão  da mandioca à mosquita, como se isto fosse respeitoso com nossas vidas, empresas e empregos. E ausenta-se de representar o Brasil nos encontros internacionais,
certamente para evitar o vexame que acontece toda vez que é exposta ao público.
As instituições, enquanto isto, sobrevivem de ações individuais e não de um processo solidificado e estruturado de funcionamento. O Senado e a Câmara são presididos por dois investigados do STF em oito processos como se isto fosse a coisa mais natural do universo e não merecesse o repúdio feroz da nação, que, entretanto, não entende que a quarta-feira de cinzas já chegou e segue em pleno carnaval.
A oposição, salvo raras exceções, por sua vez, não passa de uma destas falsas alegorias que costumam enfeitar as passistas, mal cobrindo sua falta de pudor. Enquanto isto muitos seguem a defender o governo como se tudo que está acontecendo fosse um baba ideológico e a população mais pobre já não estivesse sofrendo, de volta à linha de pobreza e colocada para escanteio.
Falta um mínimo de grandeza à presidente para assumir sua incapacidade; falta pressão às aves de rapina que ocupam a maior parte do Congresso para que se façam reformas e acabe o desperdício; falta uma redução mínima do masoquismo nacional para que, enfim, se farte da continuada agressão sádica dos políticos atualmente no poder. 

Crise
Embora alguns setores do mercado ainda não tenham sentido o reflexo da crise, ou caído na real, como alguns imóveis, a verdade é que a Getúlio Vargas cada vez tem mais lojas fechadas e dispostas a negociar o aluguel por um valor menor.
Academias, clínicas de Pilates, boutiques, começam a bater em retirada espremidas pelo alto custo de funcionamento, folha salarial, encargos, impostos crescentes, que não podem ser cobertos em tempos de crise.
 O desemprego continua em ritmo constante.

Elegendo o barganhador
A disputa ao cargo de líder do PMDB não poderia ser mais simbólica da situação política nacional. A disputa entre o PMDB de Cunha e o PMDB de Dilma revelou claramente que o PMDB consegue o fenômeno de ser governo e oposição ao mesmo tempo.
Picciani, o vencedor, compõe a renovação pela tragédia, alimentado por Dilma e Pezão, mas sinaliza que, no Congresso, Dilma não está morta. A capacidade de convencimento do poder é surpreendente e seus argumentos sempre podem ser depositados em nome de uma boa causa.

Apertando o cerco
O STF deliberou que condenados em Segundo Grau já podem cumprir pena. É uma tese defendida pelo juiz Sérgio Moro, que conseguiu, assim, uma grande vitória. A tendência é que os tribunais passem a executar as penas a partir daí, acabando com o achincalhe dos recursos eternos que levavam à prescrição dos crimes. É
um avanço no combate à impunidade.

Atibaia
A rede de privilégios e favores do poder aos donos do sítio em Atibaia não tem limites. São reformas feitas pelas construtoras e realizadas por um engenheiro generoso na folga do Natal, antena de telefonia, asfalto no acesso, cozinha kitchens, entre outros. Tudo isto para favorecer Suassuna e Bittar, proprietários oficiais do terreno, jamais para agradar ao presidente Lula. Este, por sua vez, é apenas um destes hóspedes abusados que manda levar sua mudança para uma casa que não é sua, vai 111 vezes em um ano à propriedade do amigo e compra até um singelo barquinho de pesca para o lago. Como diz o famoso ditado: à mulher de Cesar não basta ser honesta, tem de parecer honesta. Nos tempos atuais nem se é, nem se faz questão de parecer.


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