Os casos de zika e microcefalia no
Brasil aumentaram a preocupação com a picada do mosquito Aedes aegypti,
que já era temido por causa da dengue.
Desde outubro, foram notificados 4.180
casos suspeitos de microcefalia no país - 270 já foram confirmados, 462
descartados e os outros seguem em investigação.
Como não existe vacina ou tratamento
para a zika, o conselho, principalmente para as grávidas, é tomar medidas para
se proteger da picada do mosquito.
Mas por que mosquitos picam algumas
pessoas mais do que outras? Segundo um estudo, publicado no ano passado no
periódico PLOS ONE, isso pode estar ligado aos genes que controlam o
odor corporal.
Cientistas da Grã-Bretanha e dos Estados
Unidos agruparam 19 gêmeos não idênticos e 18 gêmeos idênticos para testar a
atração a mosquitos. Eles descobriram que gêmeos idênticos atraíam a mesma
quantidade de picadas, sugerindo a influência de fatores genéticos nesse
processo.
Em uma série de testes, cada gêmeo colocou uma mão
no final de um túnel de vento em formato de "Y". Então, bombeou-se ar
para dentro do túnel, levando consigo odor. Depois, enxames de mosquitos foram
liberados, movendo-se para longe ou perto de cada mão.
No caso dos gêmeos idênticos - que compartilham
grande parte do material genético - houve uma distribuição uniforme dos
mosquitos. Isso sugere que os insetos não tinham preferência pelo cheiro de uma
mão ou outra. Por outro lado, resultados com testes em gêmeos não idênticos -
que dividem menos genes - foram mais variados.
Pesquisadores acreditam que a atratividade a
mosquitos pode estar relacionada a genes ligados ao odor corporal. O próximo
passo é descobrir quais genes específicos estariam envolvidos. Novas pesquisas
já estão sendo realizadas.
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