segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Diálogo impossível


         Nesta segunda-feira o radialista Dilson Barbosa comentava em seu programa na Rádio Princesa FM, “Bom Dia Feira”, de que na Avenida Paralela, em Salvador, o governo do Estado promoveu a retirada de centenas de árvores para dar lugar aos trilhos do metrô. E até colocaram tapumes e pintaram de verde, para dar a impressão aos passantes de que o verde ainda estava lá. “Eu não ouvi nem vi nenhuma manifestação de nenhuma organização ambiental ou cultural, protestando contra a retirada daquelas árvores. Não que eu seja contra, pois o progresso tem que passar, mas aqui em Feira, por algumas poucas árvores retiradas do cruzamento das avenidas Maria Quitéria com Getúlio Vargas, para se fazer um túnel do BRT, foi um pandemônio”, disse ele.
         Em seguida o deputado Zé Neto entrou no ar para explicar que “lá em Salvador houve diálogo, e foi firmado um termo de compromisso de que as árvores seriam replantadas”. Dito isso, ele tentou mudar o foco da discussão sobre as árvores, para falar do projeto do BRT, o que Barbosa, sabiamente, não permitiu. O deputado então voltou a insistir na questão da falta de diálogo com o prefeito José Ronaldo. Mas, como todos podem notar, com ele é difícil dialogar. Só tem monólogo. E com o prefeito José Ronaldo, do meu ponto de vista, nem monólogo ele vai ter. Explico:
         Quando da primeira campanha para disputa da Prefeitura de Feira de Santana, em que participaram Zé Ronaldo e Zé Neto, entre outros, lá pelo ano 2000, Zé Neto entrou de cabeça com seu jeito moleque de ser, usando golpes baixos, termos chulos e agredindo a honra de Zé Ronaldo. Em resposta, o candidato se calou e a partir de então não aceitou mais dialogar com o candidato do PT, recusando-se, inclusive, a responder ou fazer perguntas a ele durante os debates na imprensa. Ali Zé Neto perdeu qualquer chance de diálogo com Ronaldo.
         Eleito prefeito, Ronaldo manteve sua posição de não dialogar com Zé Neto, mesmo sendo ele nomeado líder do governo do Estado na Assembleia. Frustrado em suas tentativas de se fazer porta voz do governador junto ao prefeito, Zé Neto buscou outras formas de se fazer reconhecido como tal em Feira de Santana, usando os veículos de comunicação para mandar seus recados, mas sem muito sucesso.
         Por várias vezes ele tentou montar um governo paralelo em Feira de Santana, também sem sucesso, até porque a população nunca foi atendida pelo governo do Estado nas suas principais aspirações. O governo do Estado aqui só faz o que quer e bem entende, como ficou evidente quando em uma das campanhas eleitorais, a população solicitava um hospital para queimados, e o governo embirrou de fazer (e fez, embora subutilizado) o Hospital da Criança, para desqualificar o hospital infantil que o governo municipal construiu e que os membros do governo do PT chamavam de “puxadinho”.
         Antigas aspirações da população, como o Polo de Logística, o Centro de Convenções, a efetiva implantação da Região Metropolitana de Feira de Santana, nunca saíram do papel, embora prometidas. Até mesmo o aeroporto, reformado e posto para funcionar, é uma vergonha para a cidade. E esta situação já se arrasta há mais de uma década.
         Mas não é por falta de diálogo não. É o estilo PT de fazer política. Mentir, prometer e não cumprir. Mas se o governador quer mesmo dialogar com o prefeito (esse prefeito), vai ter que nomear outro interlocutor. Tenho certeza que, pelas razões expostas, com Zé Neto nunca haverá diálogo.

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