sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

Butantan cobra verbas e diz que em três anos pode ter vacina contra zika

Sob pressão da sociedade brasileira e diante de uma missão crucial em meio à epidemia de zika vírus, Jorge Kalil, presidente do Instituto Butantan, um dos principais centros que buscam a vacina contra o vírus, diz que até agora não recebeu recursos do Ministério da Saúde para bancar o projeto.
Segundo o imunologista seriam necessários R$ 30 milhões para esta fase inicial do trabalho que poderia ser concluído em até três anos, mas apesar dos anúncios feitos no dia 15 de janeiro, quando o laboratório recebeu a visita do ministro da Saúde, Marcelo Castro, até agora não houve repasses.
"O início do projeto é bem mais barato. Ele começa a ficar caro bem mais tarde. No começo, com R$ 30 milhões já avançaríamos muito. Isso não é nada. Tem compras que o Governo Federal faz de anticorpos no valor de R$ 1 bilhão", explica.
Na noite de quarta-feira, a presidente Dilma Rousseff relembrou, em pronunciamento nacional, que ainda não existe vacina contra o zika vírus, e exortou a população a aderir ao que classificou como uma "luta urgente" contra oAedes aegypti, mosquito transmissor dos vírus da dengue, zika e chikungunya.
Para Kalil, é necessário que a retórica se transforme em ações concretas. "Eu acho que no Brasil se fala muito se faz pouco. Eu acho que tinham que arrumar o dinheiro e deixar os cientistas trabalharem", diz, acrescentando que também há atraso no recebimento de R$ 300 milhões referentes à última fase de testes da vacina contra a dengue.
As verbas da vacina da dengue são compartilhadas pelo governo do Estado de São Paulo e o Governo Federal.
Consultado pela BBC Brasil, o Ministério da Saúde disse, por meio de nota, que o pré-projeto da vacina contra o zika vírus só foi enviado pelo laboratório após reunião realizada no dia 15 de janeiro.
"Todo esse processo está sendo acompanhado pela direção do Instituto Butantan e o documento vai prever ainda recursos para a fase final da vacina contra a dengue", acrescenta a nota, destacando que o órgão repassa ao instituto o equivalente a R$ 1 bilhão por ano para aquisição de vacinas e soros, além dos valores de investimentos em tecnologia.
 Mais informações no site BBCBrasil 




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