domingo, 11 de abril de 2021

O motivo da traição de rosa

Enganava o marido, o bondoso Geraldo,  como o farofeiro Esperidião, que só sabia fazer pose, até mesmo para ir ao sanitário, como se ali estivesse uma multidão para aplaudi-lo. Ao contrário do que geralmente acontece quando alguém sai de um sanitário publico e tenta passar discretamente, longe das pessoas, ele fazia o inverso: esticava a gravata, puxava a perna da calça e, nesse ajeitamento, jamais deixava de passar as mãos pelos cabelos, alisar o bigode bem aparado e se perfumar com um vidrinho que trazia na bolsa.

Era até um cara vistoso, que se tratava  bem, falante, riso simpático, mas a  forma exagerada como se exibia, causava antipatia. Até os amigos mais próximos e colegas do escritório já não se sentiam bem na presença do Esperidião, que indiferente, mantinha a sua postura. Talvez até, não fosse arrogância ou sentido de superioridade, mas era o que parecia.  Assim sabendo do que rolava entre ele e Rosinha, a bela esposa do comerciante Geraldo, muitos ficavam sem entender.

A vítima da traição era um homem ainda jovem, educado, bem apessoado e muito  bem relacionado com todos que iam ao seu armazém de secos e molhados. Um detalhe é que ele, um próspero homem de negócios, estava sendo “fritado” por um escriturário cheio de pose. A situação  chegou ao conhecimento de Hermínio, rapaz jovem e  bem casado, que relatou à esposa Julieta. Privando da amizade de Rosinha e escandalizada com a notícia, Julieta foi de pronto à casa da amiga que   diante da interrogação não negou o fato. Estava realmente envolvida com o Esperidião. “Mas Rosa, Geraldo é um homem tão  bom, um cara  bonito, que lhe dá tudo e você engana ele com outro homem. Por que Rosinha?” e a breve resposta dela “Por que? Ora, porque Geraldo é  meu marido e ele não!”

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