quinta-feira, 29 de abril de 2021

Sexoporto

         

Um amigo me enviou um vídeo sobre um bar e restaurante que está sendo implantado em São Luiz, no Maranhão. A ideia é bem original. Um empresário comprou uma carcaça de um avião da extinta Viação Aérea São Paulo (VASP) e está transformando-a em um espaço comercial. Foram instaladas mesas à frente das poltronas, instaladas prateleiras no lugar dos maleiros, e mais um monte de modificações para que o interior da aeronave tenha todo o conforto e praticidade de um bar e restaurante. A entrada foi montada a exemplo de um portão de embarque e a decoração interior é de muito bom gosto. Se a comida, as bebidas e o atendimento forem bons, o sucesso é garantido. E é ambiente pra turista e gente endinheirada, e não pra pé rapado.

         E eu fiquei pensando: Se Feira de Santana já teve uma boate chamada “Espaçonave”, por que São Luiz não pode ter um avião como bar e restaurante? Aliás, Feira evoluiu muito rápido, pois foi da Boate Caverna a Espaçonave em poucos anos, embora os frequentadores fossem os mesmos Trogloditas (alô Naron, Wilson e Cia). Se minha visão não estivesse tão “badogada” eu ia pensar em algo parecido para nossa cidade. Ainda cheguei a falar com Carlinhos Ceguinho pra ver se não dava pra gente comprar o antigo avião de Bamba e montar um puteirinho nas proximidades do “aeroaperto” de Feira de Santana. Seria o “Sexoporto”. Imagina a chamada publicitária: “Você vai amar nossos aviões”! Ele até que topou a sociedade, mas esbarramos em algumas dificuldades.

         A principal dela seria comprar briga fazendo concorrência a Alaíde. E o teco-teco de Bamba daria malmente para atender um cliente de cada vez. E mesmo que a gente colocasse uma carcaça velha de ônibus como Sala Vip de espera  e limitando o tempo de ocupação da moça em uma transa por vez, o lucro no final seria muito pequeno, podendo até dar prejuízo. Os preços cobrados também deveriam ser muito módicos, porque o feirense prefere gastar muito em qualquer botequim do Rio ou São Paulo, mas querer comer, beber e transar de graça em sua terra natal. Logo teria vereador propondo “passe livre” pra quem não pudesse pagar pra viajar no nosso avião. A gente poderia se instalar nos confins do judas, que com certeza apareceria alguém montado em bicicleta ou jumento pra comer, beber e não pagar.

         Também apareceriam comissários de menores, fiscais da Prefeitura e, não duvidem, até da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) exigindo a nossa licença para operar aquela linha e os nossos brevês de pilotos. Todo mundo querendo abocanhar uma pontinha do quase nada. Mas o que tirou de vez essa ideia da minha cabeça foi imaginar a frequência de batidas policiais no local a pretexto de flagrar menores no recinto ou uso de drogas. Logo eu que há anos desisti até das batidas de limão que eu tanto gostava, vê lá se iria querer me meter com batidas policiais.

         E foi assim que Feira de Santana perdeu mais um grande empreendimento.

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