Segundo
o noticiário geral, as autoridades policiais já estão identificando os
baderneiros que se infiltraram nas manifestações pacíficas dos cidadãos
brasileiros, promovendo desordens e vandalismos contra o patrimônio público e
privado. Se isto realmente ocorre, este Sete de Setembro promete, pois há
indícios de que o povo vai voltar às ruas, com força, para protestar contra a
falência moral e política do Brasil. “Estamos de saco cheio”, é o mote da vez.
O povo já foi às ruas, protestou,
demonstrou sua insatisfação com o estado de coisas, enfrentou uma polícia
despreparada para lidar com manifestações populares, tratando cidadãos como
criminosos comuns do seu dia a dia. Enfrentou o cinismo e oportunismo de
políticos que tentaram “pongar” no discurso popular para hastear as bandeiras
das suas agremiações políticas, e foram devidamente rechaçados pelo sentimento
popular que não acredita mais neles, nem nos seus discursos vazios.
Aliás, a parcela pensante da população
já não acredita sequer no próprio País, dado ao descrédito e desrespeito com
que esta Nação é tratada no cenário internacional. A coisa não é nova, vem de
longe. Ainda dos tempos da ditadura militar. Havia uma embaixada brasileira em
determinado país, que era conhecida no meio empresarial como “Embaixada 10 por
Cento”, que era a comissão cobrada pelos funcionários e até pelo embaixador por
qualquer negociação intermediada ali, que envolvesse finanças.
Em verdade, nunca soubemos nos fazer
respeitar. Há muitos anos me contaram uma história de uma carta que a embaixada
holandesa teria enviado ao governo brasileiro, solicitando encarecidamente que
comunicasse aos produtores de sisal de que podiam mandar a areia misturada ao
sisal vendido para a Holanda em sacos separados. Eles pagariam pelo peso da
areia, mas que não misturassem no sisal porque estava danificando as máquinas
de beneficiamento.
Recentemente,
o governo federal anunciou, via Anatel, a lei que proíbe as operadoras de
celular de estabelecerem prazos de validade para créditos nos aparelhos pré-pagos.
No entanto, todas as operadoras ignoraram a lei e continuam dando prazos, às
vezes de menos de 30 dias, para créditos pelo qual o usuário já pagou. Por sua
vez, diante do caso de espionagem dos Estados Unidos no governo brasileiro, o
ministro da Justiça foi aos EUA mudo e voltou calado. Segundo ele, suas
proposições em condicionar espionagem a ordem judicial, não foram aceitas pelos
americanos.
Quem
não sabe respeitar não pode pedir respeito. Por isso o governo brasileiro e
seus representantes não são respeitados. Neste país, qualquer “Zé Mané” se acha
no direito de fazer o que quer, porque não dá em nada mesmo. Talvez a maioria
das pessoas não entenda do que estou falando. Mas quem ficou preso numa rodovia
por quase um dia inteiro, porque meia dúzia de gatos pingados interditou a
estrada para protestar contra o fechamento de uma via clandestina, vai entender
muito bem o que acontece num país onde os seus governantes não se dão ao devido
respeito.
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