“Quem põe a mão no arado e olha para trás não está apto
para o Reino de Deus” (Lucas 9, 62 b)
Dom Silvério Jarbas Paulo de Albuquerque nasceu em Olinda,
Pernambuco no dia 11 de março de 1917, filho de Artur Paulo de Albuquerque e
Laura Isaura de Melo Albuquerque. Fez seus estudos fundamentais no Colégio
Marista de Recife. Em 1933, seguiu para a Alemanha para completar seus estudos.
Em 1937, professou os votos religiosos na Ordem dos Frades Menores. Ordenou-se
sacerdote a 30 de maio de 1942 e no mesmo ano foi nomeado diretor do Seminário
Franciscano Ipuarana, em Campina Grande, interior da Paraíba. De 1964 a 1970
foi superior do convento São Francisco, em Salvador. No dia 17 de março de 1970
recebeu a notícia de sua eleição para bispo da Diocese de Caetité, onde
permaneceu por três anos.
De
1973 a 1995 foi bispo da diocese de Feira de Santana. Dom Silvério, mesmo como
bispo emérito, continuou prestando serviços na Secretaria do Arcebispado,
fazendo crismas e participando de festas de padroeiros em paróquias da
Arquidiocese. Sempre teve um grande amor à Igreja confirmando o lema que
orientou seu ministério episcopal: “Sentire cum Ecclesia” (Sentir com a
Igreja).
A
biografia de Dom Silvério, publicada em 2008 no livro “O Campo Arado por
Jarbas” do escritor Carlos Kruschewsky, mostra fatos pouco conhecidos da
infância e adolescência do menino\rapaz alegre e feliz que gostava de jogar
futebol, passando pelos fatos sócio políticos com os quais ele teve que lidar,
como o nazismo e a ditadura militar no Brasil, inclusive, narra fatos sobre a
polêmica extinção do lado profano da Festa de Santana na década de 80. Ele
faleceu no dia 28 de maio deste ano, uma terça-feira, aos 96 anos. Dom Silvério
apresentava saúde debilitada há algum tempo por causa da idade avançada. O
corpo foi velado e sepultado na Catedral Metropolitana de Santana, onde também
foi celebrada uma missa de corpo presente.
O
livro mostra em cada fase da vida de Dom Silvério um ser humilde, voltado para
a fé, o conhecimento e o trabalho, sempre com coerência e firmeza, como
demonstrados na defesa de um colega preso pela ditadura, ou na visita da Rainha
da Inglaterra ao Convento de São Francisco, em Salvador. O advogado Antônio
Santana, que prefacia o livro, assim retratou o caráter de Dom Silvério: “...sua
visão e sua formação teológica não surgem como uma exposição doutrinária
carregada de erudição, mas de uma forma espontânea e em consonância com a
Igreja, frutos que são dessa sólida formação, após anos de tanto estudo e
trabalho. Em tudo emerge a mansuetude, a firmeza e mostra a revelação, ‘sem a
qual a criação seria um livro fechado’. Sempre cultivou o desapego,
identificando-se com o Senhor e o agir como Cristo”.
Para
os católicos, o sentimento que ficou foi expresso pelo arcebispo metropolitano,
Dom Itamar Vian: “O irmão, amigo, religioso, sacerdote e bispo Dom Silvério de
Albuquerque, com certeza, repetiu as palavras de São Paulo: Combati o bom
combate, terminei a minha carreira, guardei a fé. Já nada me resta senão
receber a coroa de justiça que o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia” (2
Tim 4,7-8).
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