A força dos professores e estudantes das Universidades Estaduais da
Bahia (Ueba)pode garantir mais uma importante conquista à luta em defesa
da educação pública e da valorização do trabalho. Na madrugada deste
sábado (18), após quase oito horas de reunião entre os docentes e
representantes das secretarias estaduais, foi apresentada uma minuta de
termo de acordo sobre alguns pontos da pauta da categoria. Em comum
decisão, docentes e discentes decidiram desmontar o acampamento feito na
Secretaria da Educação (SEC),
O encontro com o governo foi resultado de muita resistência e
habilidade dos docentes e discentes, constantemente fiscalizados pelo
forte aparato da Polícia Militar (PM). A intimidação aos manifestantes,
no entanto, foi intensificada na noite de sexta-feira(17), com o anúncio
de um coronel da PM de que precisava cumprir ordens para desocupar o
prédio. Naquele momento, as ADs reafirmaram que as categorias,
respaldadas pelas assembleias, não sairiam do local até negociação da
pauta, além de exigirem uma resposta do governo Rui Costa sobre a coação
policial.
O estranho é que depois de toda a confusão provocada pelo próprio
governo, o coronel passou a intermediar a negociação, justificando queo
resultado do processo de desocupação poderia ser perigoso. Depois de
algumas ligações e muito tempo de espera, representantes da SEC e das
secretarias da Administração (Saeb) e das Relações Institucionais
(Serin) convocaram os professores e estudantes para uma reunião. Mais
surpreendente ainda foi a intermediação dos secretários da SEC e Serin,
ainda que em gabinete oficial, no processo de negociação com os
docentes. Desde o início das reuniões, em abril, nunca houve
interlocução direta com os chefes das pastas.
“A Bahia tem um gestor público que permite a participação e permanência
da PM no processo de negociação com trabalhadores e estudantes. Essa
postura, absurda, é uma forma de utilizar a coação para impor a força do
Estado. Nós manifestamos total repúdio ao governo. Nem na época do
carlismo vivemos situação semelhante”, denunciou Gean Santana, diretor
da Adufs e membro do Comando de Greve, lembrando que a resistência dos
manifestantes também impediu o bloqueio prolongado do acesso aos
banheiros, na sexta (17). “Neste dia, o governo também usou a polícia
para fiscalizar o acesso aos banheiros. Este é um espaço público, de
todos os cidadãos e cidadãs baianas. Ele não pode nos privar desse
direito. O diálogo foi tenso, mas nos conseguimos resolver a situação”,
acrescentou o professor. (Leia mais no site da Adufs)
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