“Ou o Brasil acaba com a saúva, ou a
saúva acaba com o Brasil”. Muitas tolices desse tipo já foram ditas por
inúmeros homens do governo brasileiro nas mais diversas épocas. Essa “pérola”
foi cunhada por um ministro do governo militar lá pelos anos 70, e todo mundo
sabe que o Brasil não acabou (ainda) e a saúva vai muito bem de saúde. O que
pode dar o golpe de misericórdia no Brasil não é a saúva, mas outro tipo de
formiga. Elas também são pequenas, vermelhas, numerosas, mas muito mais
destrutivas que as saúvas que gostam muito do verde dos vegetais, mas estas
outras gostam muito do verde dos dólares que consomem em quantidades
astronômicas com um apetite insaciável. São as “petralhas”.
Desde que me entendo por gente (e isso
já faz muito tempo mesmo), já passei por governos desastrosos que grandes danos
causaram ao Brasil, mas não conseguiram acabar com esse gigante. Eu era menino
(10 anos) quando a sociedade e a igreja católica pediram a ajuda das Forças
Armadas para impedir a investida do Comunismo no Brasil e restaurar a ordem e o
progresso. No começo até que parecia estar dando certo. A paz voltou a reinar,
a economia começou a entrar nos eixos e o País começou a experimentar um
período de crescimento.
Porém, como se sabe, o poder corrompe.
E com os militares não foi diferente. Era só para eles colocarem ordem na casa
e entrega-la de volta à sociedade organizada. Mas eles tomaram o “gostinho”
pelo poder e, sob a desculpa de “combater o avanço comunista”, foram ficando,
ficando, e deu no que deu. Agora, o que ameaçava o Brasil não eram mais os
comunistas, mas os membros do próprio governo com sua sede de poder, com sua
violência e crueldade desenfreada, que prendia, arrebentava, dava sumiço e
matava quem quer que contestasse os seus desmandos. Foram verdadeiros anos de
chumbo.
E de que adiantou? Desgastados pela
corrupção e roubalheira dos seus membros, pela sua sanha assassina, o governo
militar caiu de podre. Vieram então os “salvadores da pátria”, aqueles que nos
discursos políticos prometiam colocar o País novamente em ordem. Elegemos
Tancredo Neves, que para vencer teve que fazer aliança com figuras espúrias da
política brasileira e colocou Zé Sarney como seu vice. Pobre de nós. Tancredo
morreu ou foi “matado” (nunca vamos saber) e ficamos com a sua herança maldita.
A ciranda financeira dominava a economia, moeda nacional não valia nada e
corrupção campeava sem freio. Ainda assim o Brasil não acabou.
Depois de passar com Fernando Collor, que
conseguiu cair na armadilha que ele próprio preparou, acabando com o cheque ao
portador, e, por isso mesmo flagrado gastando “sobras de campanha” para comprar
um carrinho popular fuleiro, sofreu um impeachment (imediatamente após, o
Congresso aprovou uma lei permitindo o financiamento de campanhas eleitorais).
Assumiu Itamar Franco que colocou no ministério da Fazenda o intelectual
Fernando Henrique Cardoso, criador do Plano Real, que deu estabilidade à
economia Brasileira. Isso lhe deu o cacife necessário para se eleger
presidente. Mas, como já disse, o poder corrompe, e ele passou mais tempo
cuidando da própria reeleição, comprando deputados e senadores, do que
governando o Brasil.
E foi com base nas falhas de Fernando
Henrique que Lula fez sua campanha à presidência e, nós, incautos, cansados,
ávidos por uma mudança de verdade, por um governante oriundo do povo, que
entendesse bem os nossos sentimentos e atendesse aos nossos anseios votamos
nele. Deu no que deu. Como eu disse, vi muitos governos desastrosos, mas nunca
um igual a esse. A fome dos petralhas por poder e dinheiro não tem fim, ao
ponto de se esquecerem de investir em setores básicos para economia e segurança
de um pais, com energia, água, transportes e educação.
Santo Deus. Vai faltar água, vai faltar
energia, vão faltar alimentos, e perece que ninguém está se dando conta disso.
Juro. Eu já vi muitas vezes o Brasil entrar em vias de um colapso total. Mas
nunca vi chegar tão perto a ponto de ter a certeza que tenho de que ele virá.
Salve-se quem puder.
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