Anêmonas-do-mar
são facilmente avistadas no litoral de muitas cidades, mas apesar de sua
aparência colorida e brilhante, elas têm um ancestral comum com os humanos. Mas
não é por essa característica que esses animais marinhos vêm atraindo a atenção
da comunidade científica. Pesquisadores estão estudando se as anêmonas-do-mar
podem guardar o segredo da vida eterna. A especialista britânica em meio
ambiente Mary Colwell comenta por quê.
A bruxa do
conto de fadas Branca de Neve tornou-se famosa pela pergunta retórica:
"Espelho meu espelho meu, existe alguém mais bela do que eu?" Mas seu
sonho da juventude eterna é ilusório - na medida em que os anos passam, o corpo
humano perde o viço dado que as células sofrem mutação e morrem. Perdemos
audição, mobilidade, agilidade mental, massa muscular e cerebral.
A Rainha Má
segue o caminho de todos os seres vivos, exceto por uma criatura um tanto
quanto negligenciada do mar - a anêmona-do-mar.
Outrora
consideradas plantas, as anêmonas-do-mar são animais de corpo flexível que se
agarram às rochas e recifes de coral em águas rasas. Seus tentáculos injetam
veneno em pequenos peixes e camarões que se arriscam em atravessá-los e levam
as presas paralisadas à sua boca ─ um orifício que também funciona como ânus.
Há mais de mil
espécies de anêmonas-do-mar, cujo tamanho varia de alguns centímetros a mais de
alguns metros. Elas vivem no oceano, das águas mais quentes às mais frias.
A espécie mais
familiar na Grã-Bretanha é a Actinia equina, também conhecida como
morango-do-mar. Na maré baixa, seus tentáculos permanecem recolhidos e o animal
parece uma mancha vermelha na rocha. Mas na medida em que a maré sobe, as
anêmonas-do-mar se transformam e se assemelham a flores, seus tentáculos dançam
com a correnteza como pétalas ao vento, buscando comida.
Como diz o
biólogo Philip Henry Gosse em seu livro A Year at the Shore ("Um
ano no litoral", em tradução livre): "A elegância maravilhosa da
forma, o brilho requintado das cores, a grande variedade, os instintos, os
poderes, o organismo extremamente elaborado, tudo isso foi outorgado a essas
criaturas". Sua prosa efusiva inspirou quem estava começando a explorar o
seu litoral. Seus leitores costumavam coletar anêmonas-do-mar e guardá-las em aquários
em casa.
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