Contam que
o Macaco vivia a falar mal da Onça. Um belo dia a Onça pegou o Macaco e amarrou
numa árvore dizendo: “Vou lhe dar cinco surras por dia”. Falou e cumpriu. Todo dia
o Macaco tomava cinco surras de cipó caboclo. Depois, o tempo foi passando e a
Onça foi diminuindo a quantidade de surras. Até que um dia ela disse ao Macaco:
“Eu podia lhe comer (no bom sentido, devorar). Mas vou lhe soltar”. A partir daquele
dia o Macaco saiu espalhando que a Onça era a melhor amiga dele, e ai de quem
falasse mal dela perto dele. Era briga na certa.
Um amigo me
contou esta história lembrando que ele usou a mesma tática numa certa ocasião.
Ele fora nomeado para dirigir um grande órgão público. Quando tomou posse e foi
trabalhar, encontrou o caos instalado, como não deixa de ser em órgãos
públicos. Funcionários relapsos, viciados, tratando mal os usuários dos
serviços, chegando atrasados e até faltando ao trabalho.
Ele
reconheceu logo os fofoqueiros do pedaço e foi falando a cada um deles que iria
baixar uma portaria cortando o ponto de quem chegasse mais de um minuto
atrasado. Logo se instalou um clima de medo e raiva entre os funcionários, que
já começaram a vê-lo como um tirano. No final do mês ele baixou a portaria, não
com apenas um minuto, mas sim, quinze minutos de tolerância pelos atrasos. Foi
o suficiente para que os funcionários mudassem de opinião. Agora ele já era o
melhor chefe do mundo, um cara compreensivo e tolerante, pois poderia ter dado
apenas um minuto, mas dera 15 de tolerância aos retardatários.
Tudo isso
ele me falou porque entendeu que a
presidente Dilma Rousseff está usando a mesma tática e agindo como a amiga
Onça. Ela veio a público para dizer que vai reduzir o custo do consumo de
energia elétrica. Porém, como ela mesma reconheceu, nós pagamos a energia mais
cara do mundo, e ela, se quisesse, poderia até aumentar o preço da energia,
afinal, tem poder para tal. Mas, não. Como ela é a melhor presidente do mundo,
vai ser benevolente e reduzir o pequeno percentual nos valores cobrados.
Pobres de
nós, Macacos, que tiramos o chapéu e rendemos graças.
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