O programa Fantástico apresentou neste domingo uma matéria denunciando a esculhambação (o termo é este mesmo) que são as tais obras de transposição do Rio São Francisco. Superfaturamento, roubo, desvio de verbas, e toda sorte de corrupção envolvendo a obra eleitoreira foi mostrada. E isso sem que até hoje tenha nenhum resultado prático.
E nem terá.
E não foi por falta de aviso. Todos os segmentos envolvidos com engenharia,
geologia, economia e ecologia, alertaram ao governo Lula de que tal obra seria
um desastre e não teria nenhum resultado prático. Eu me lembro, inclusive, a
deputada Heloísa Helena desafiando um colega defensor da obra a fazer uma
visitinha ao Velho Chico. Segundo ela, quando menina, na cidade onde morava havia
um trecho do rio onde a meninada subia num barranco e de lá pulava de cabeça
para as águas do rio. “Hoje a gente atravessa aquele trecho à pé. Desafio o
senhor a ir ao mesmo local e pular de cabeça no rio”, desafiou ela.
Foram
milhares de manifestações contrárias à realização da obra, até um bispo fez
greve de fome na vã tentativa de sensibilizar o então presidente lula, que do
alto do seu poder, da sua ignorância, vaidade e desonestidade, não deu ouvidos
a ninguém. E agora, estamos nós, nordestinos, a dar graças a Deus que a
transposição das águas não se concretizou, porque com a estiagem que assola o
Nordeste há três anos, a usina hidrelétrica de sobradinho já teria parado faz
tempo, causando um enorme apagão. Sem se falar no desastre ecológico que provocaria.
Mas o pior
ainda está por vir. Porque ferido nos seus brios, o PT vai querer terminar a
obra por cima de pau e pedra. Aliás, é o só mesmo o que vai restar. Pau e
pedra, porque a água vai desaparecer. Recentemente, foi divulgada uma pesquisa
realizada por cientistas do mundo inteiro, comprovando que o Velho Chico está
morrendo. Uma morte precoce por conta do descaso a que sempre foi relegado
pelos sucessivos governos do Brasil, desde que foi invadido pelos europeus.
Por várias
vezes eu falei sobre isso, tanto que agora estas notícias me soam como velhas.
Mas, eu falei...
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