quarta-feira, 23 de março de 2016

IMBUÍ

Fico pasmo diante das imagens que a TV mostra, todos os dias, do trânsito altamente congestionado, travado mesmo, no acesso ao Imbuí, pela Avenida Paralela. Afinal de contas, toda aquela área foi contemplada com obras viárias que prometiam resolver o problema. Porém, a real é que o travamento vem de lá de dentro, do Imbuí, da Avenida Jorge Amado, ou seja, de toda a trama de vias que não faz parte do espetáculo de concreto do chamado Complexo Viário do Imbuí. E aí?

A demagogia é a capacidade de vestir as idéias menores com palavras maiores. (Abraham Lincoln)

Brasília já foi uma ilha. Hoje a tecnologia avassala o DF.
Ao longo da história da humanidade, os poderosos descobriram que quanto mais imponentes fossem seus palácios, e, mais do que isso, distanciados do povo, da plebe, mais seguros estariam. Gregos, romanos, senhores da Idade Média, Stálin, Hitler, e toda essa gentalha sempre se pôs ao largo da população. Porém, quando as cabeças de Luís XVI e Maria Antonieta rolaram no cadafalso, ficou mais que patente que a distância protegida por muralhas não consegue deter a plebe, quando ela decide derrubar um tirano.
Brasília foi projetada assim. Juscelino idealizou uma capital no meio do cerrado, ainda nos anos 1950, quando estradas e transporte eram “um pouco” piores que hoje, a fim de manter o centro do poder à distância. Niemeyer, com toda a sua inegável genialidade estética, cuidou, influenciado aí por Lênin et caterva, de projetar palácios e outros edifícios do poder de tal forma que a maior das multidões parecesse nada. E assim foi. Mas eis que estamos no século XXI, com o domínio (criticável, sempre achei, mas muitas vezes muito útil) das redes sociais, e as distâncias geográficas já não fazem mais sentido.
É por essas e outras que, mesmo encastelados em palácios no meio do cerrado, os donos do poder, neste país, sofrem hoje com o assédio da opinião pública.

E por falar em “Bastilhas” (I)
Vejo notícia na TV sobre a fuga de mais de 10 presos de delegacia em Barreiras. Em celas onde, no máximo, caberiam 25 pessoas, estavam mais de 120 detentos.
Este segue sendo o retrato do sistema prisional brasileiro. Um caos, medieval, mas infelizmente aplaudido pela direita estúpida e aceito como natural pela esquerda (sic) oportunista.

E por falar em “Bastilhas” (II)
Infelizmente tenho que fazer aqui sempre a mesma ressalva, quando me refiro ao sistema prisional do Brasil.
É que existe um grupo de idiotas que sempre me ataca dizendo que estou “protegendo bandidos”.
São pessoas, coitadas, que do baixo da sua mentalidade retrógada, não entendem que as masmorras brasileiras representam exatamente o que há de pior no pensamento humano em relação à punição de crimes.

E por falar em “Bastilhas” (III)
A questão não é “dar mordomias” a presos, mas apenas de tratá-los como gente.
E se muitos não merecem isso, nós, que nos jactamos de ser “cidadãos civilizados”, merecemos oferecer situação que não nos iguale àqueles a quem encarceramos. Isso aí...

Ainda sobre o poder...
Mais um assassinato de inocente pela PM baiana (assim como em todo o Brasil). De pronto, inventam “flagrantes”, plantam armas e tal.
Ocorreu no Engenho Velho de Brotas, e a família, DIGNA, diz que vai lutar por justiça. Onde, meus caros, neste país em que reina a brutalidade total?
Sempre disse aqui e repito: a PM NÃO TEM comando. Não que o comandante seja fraco. Pode ser quem for, mas NINGUÉM comanda certos tipos que, quando sozinhos, cheios de armas e poder, põem para foram seus piores e mais cruéis preconceitos. Haja saco para viver num país desse!

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