O transplante de órgãos sintéticos
criados em laboratório pode até parecer coisa de filme. Ok, ainda é coisa de
filme, mas agora os cientistas estão muito mais perto de diminuir a espera por
uma doação.
É que, nesta semana, cientistas do
Massachusetts General Hospital e da Harvard Medical School conseguiram criar um
coracão híbrido, feito em parte por células tronco.
E daí? Bom, daí que a maior dificuldade
que os médicos encontram para fazer um transplante é a possibilidade de
rejeição pelo corpo do receptor. Um em cada quatro transplantados apresentam
algum problema relacionado à rejeição. Nos EUA, 8% dos pacientes têm uma
sobrevida de apenas 6 meses.
O tal do "coração
híbrido" mata esse problema, já que ele é feito, em parte, com
células do próprio receptor. Funciona assim: antes de transplantar o
coração doado, os cientistas lavam-no com uma solução criada para remover seu
tecido cardíaco, que é o pode causar a rejeição. O que sobra é um coração
"limpo".
Mas aí, aparece outro problema: um
coração só funciona com esses tecidos cardíacos. Para resolver mais
essa, os cientistas substituem o tecido que foi "lavado" por um novo,
feito a partir das células tronco do receptor, como se o coração limpo
fosse uma base e os novos tecidos uma espécie de embrulho. Como esses
tecidos são compatíveis com o receptor, as chances de rejeição diminuem.
Depois de tudo isso, o coração híbrido
já está quase pronto, e a única coisa que falta são os batimentos cardíacos.
Para simulá-los, os cientistas deram um choque elétrico no coração. E
deu certo: ele começou a bater!
O processo foi testado em 73
corações humanos doados e demorou três meses para ser concluído. Mesmo
assim, tudo o que os cientistas conseguiram foi testar a mecânica da
coisa e ver que funciona. O passo seguinte é transplantar pra valer.
Essa não é a primeira vez que tecidos
corporais são cultivados em laboratório, mas é o mais perto que já se chegou de
construir um coração em tamanho real e que funcione. Então, legal: é um
passo a mais para ajudar as 40 mil pessoas que estão na fila geral de
transplantes só no Brasil, de acordo com o Ministério da Saúde. (Super
Interessante)
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