terça-feira, 30 de junho de 2015

Estuprada, baleada, esfaqueada: ‘Meus 25 anos como prostituta’


Brenda Myers-Powell era apenas uma criança quando se tornou uma prostituta, no começo dos anos 70. Aqui, ela descreve como foi atraída para as ruas e como, três décadas depois, ela dedica sua vida a garantir que outras meninas não caiam na mesma armadilha. (O depoimento de Brenda pode chocar algumas pessoas.)
"Desde o começo, a vida foi me dando limões e eu fui tentando fazer a melhor limonada que eu podia.

Eu cresci nos anos 60 em Chicago. Minha mãe morreu quando eu tinha seis meses. Ela tinha apenas 16 anos e eu nunca soube de que ela morreu – minha avó, que bebia mais que todos, não me disse. A explicação oficial era a de que tinha sido por 'causas naturais'.

Mas eu não acredito. Quem morre aos 16 anos de causas naturais? Gosto de acreditar que Deus estava pronto para ela. Já me disseram que ela era linda e tinha um ótimo senso de humor. Sei que isso é verdade porque eu também tenho.


Foi a minha avó que me criou. E ela não era uma pessoa má. Na verdade, ela tinha um lado incrível. Ela lia para mim, me fazia bolos e preparava as melhores batatas doces. Ela apenas tinha um problema com a bebida. E ela trazia seus parceiros de bebedeira do bar para casa e, depois que estava bêbada e desmaiada, esses homens faziam coisas comigo. Isso começou quando eu tinha uns 4 ou 5 anos e depois se tornou algo corrente. Eu tenho certeza de que minha avó nunca soube de nada disso.
Ela trabalhava como empregada doméstica nos subúrbios. Ela levava duas horas para ir ao trabalho e duas para voltar. Eu usava uma chave no pescoço e, no fim da tarde, ia sozinha do jardim de infância para casa. E os molestadores sabiam disso – e se aproveitavam.

Eu via mulheres com o cabelo glamouroso e com vestidos brilhantes nas ruas. Não tinha ideia do que elas estava fazendo. Eu só achava que elas brilhavam. E, como uma garotinha, tudo o que eu queria era usar roupas brilhantes também. Um dia, eu perguntei para minha avó o que aquelas mulheres estava fazendo. 'Elas tiram a calcinha e os homens lhe dão dinheiro'. E lembro de dizer para mim mesma: 'Eu provavelmente vou fazer isso, porque os homens já estão tirando minha calcinha'. 
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