segunda-feira, 29 de junho de 2015

Privatização a moda baiana

Não adianta falar porque somos inúteis, como diz a velha canção, mas o modelo de privatização da BR 324 é sui generis. Por mais que a imprensa fale, por mais que deputados gritem, nada acontece. Vim, ontem a noite, de Salvador, na chuva. Por pontaria que não tenho quando jogo na Sena acertei vários buracos e fiquei com medo de furar um pneu, na chuva, nesta temerosa estrada. Então pergunto: que tipo de privatização é esta que depois de tantos anos ainda temos um asfalto solúvel em água e que não resiste a nada? Vamos ter desconto pelos buracos? As vitimas de acidente serão indenizadas embora nenhuma indenização pague uma vida? Esta é a parte que nos cabe? Pagar, pagar, pagar, e não ter sequer a quem pedir para passar uma vaselina?

Patrulhamentos, Zeca Camargo e a morte de Cristiano
Em 78, na plenitude do regime militar, o cineasta Cacá Diegues cunhou o meme " patrulhamento ideológico". De lá para cá o termo, como uma serpente do mal, deu filhos a vários outros como o patrulhamento dos politicamente corretos, das cotas, do ativismo gay, dos ciclistas, da vitimização dos menores, dos imoladores da classe média e da elite branca, dos apologistas da linguagem coloquial, dos defensores da abolição do mérito, entre tantos outros. Agora, viceja como uma erva daninha o que chamo de "patrulhamento consensual" ou " patrulhamento viral" pois é exercido via redes sociais e construídos a partir de consensos emocionais e efêmeros com base em temas que " viralizam".
Um exemplo é a enxurrada de agressões, desaforos, palavrões, xingamentos homofóbicos, ditos ao apresentador da Globo, Zeca Camargo, porque ousou fazer uma discussão mais profunda sobre a comoção nacional da simbólica morte do cantor sertanejo, antes desconhecido, Cristiano Araújo. Ouvindo a matéria do que disse Zeca- que tem um texto que não gosto, mas que não vem ao caso- não há ofensas pessoais ao morto, mas uma opinião sobre a dimensão musical que o referido cantor tinha e se a comoção que aconteceu reflete mais uma necessidade de uma catarse coletiva ou um real sentimento, visto que a maioria não o conhecia. Veja que se fala SOBRE conhecimento do ídolo x comoção x expressão musical nacional e não da perda do indivíduo per si, do humano. O texto, recheado de questões existenciais, precisa ser ouvido com cuidado para não ser interpretado de forma ligeira.
Apesar disto, chega a ser assustador ler os comentários e agressividade. As mesmas pessoas que lamentam a morte do cantor, contraditoriamente, desejam a morte do jornalista com toda ira e a música sertaneja é alçada ao panteão dos intocáveis.
A verdade é que pode-se discordar da opinião dele, pode-se achar que a relevância musical de Cristiano era maior - trata-se de gosto individual- , mas ofensa pessoal não é resposta a uma crítica de gênero musical, ou sobre o momento cultural que vivemos, afinal, é disso que trata o texto de Zeca Camargo .
A verdadeira liberdade é quando respeitamos o outro quando ele diz as coisas que não gostamos, especialmente quando o tema não é o individuo, mas sua ação.
Tenho medo da rasura e deste patrulhamento virtual dos consensos!

Futebol primitivo
A direção do futebol brasileiro é corrupta e fracassada. A nossa seleção reflete o nível da direção de nosso futebol e Dunga, inexperiente, com formação limitada, risível se compararmos aos treinadores que temos na Europa, não tem a menor capacidade de conduzir e liderar a renovação do futebol nacional. É muita areia pro caminhãozinho dele...


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