Não adianta falar porque somos inúteis,
como diz a velha canção, mas o modelo de privatização da BR 324 é sui generis.
Por mais que a imprensa fale, por mais que deputados gritem, nada acontece.
Vim, ontem a noite, de Salvador, na chuva. Por pontaria que não tenho quando
jogo na Sena acertei vários buracos e fiquei com medo de furar um pneu, na
chuva, nesta temerosa estrada. Então pergunto: que tipo de privatização é esta
que depois de tantos anos ainda temos um asfalto solúvel em água e que não
resiste a nada? Vamos ter desconto pelos buracos? As vitimas de acidente serão
indenizadas embora nenhuma indenização pague uma vida? Esta é a parte que nos
cabe? Pagar, pagar, pagar, e não ter sequer a quem pedir para passar uma
vaselina?
Patrulhamentos,
Zeca Camargo e a morte de Cristiano
Em 78, na plenitude do regime militar, o
cineasta Cacá Diegues cunhou o meme " patrulhamento ideológico". De
lá para cá o termo, como uma serpente do mal, deu filhos a vários outros como o
patrulhamento dos politicamente corretos, das cotas, do ativismo gay, dos
ciclistas, da vitimização dos menores, dos imoladores da classe média e da
elite branca, dos apologistas da linguagem coloquial, dos defensores da
abolição do mérito, entre tantos outros. Agora,
viceja como uma erva daninha o que chamo de "patrulhamento
consensual" ou " patrulhamento viral" pois é exercido via redes
sociais e construídos a partir de consensos emocionais e efêmeros com base em
temas que " viralizam".
Um exemplo é a enxurrada de agressões,
desaforos, palavrões, xingamentos homofóbicos, ditos ao apresentador da Globo,
Zeca Camargo, porque ousou fazer uma discussão mais profunda sobre a comoção
nacional da simbólica morte do cantor sertanejo, antes desconhecido, Cristiano
Araújo. Ouvindo a matéria do que disse Zeca- que tem um texto que não gosto,
mas que não vem ao caso- não há ofensas pessoais ao morto, mas uma opinião
sobre a dimensão musical que o referido cantor tinha e se a comoção que
aconteceu reflete mais uma necessidade de uma catarse coletiva ou um real
sentimento, visto que a maioria não o conhecia. Veja que se fala SOBRE
conhecimento do ídolo x comoção x expressão musical nacional e não da perda do
indivíduo per si, do humano. O texto, recheado de questões existenciais,
precisa ser ouvido com cuidado para não ser interpretado de forma ligeira.
Apesar disto, chega a ser assustador ler
os comentários e agressividade. As mesmas pessoas que lamentam a morte do
cantor, contraditoriamente, desejam a morte do jornalista com toda ira e a
música sertaneja é alçada ao panteão dos intocáveis.
A
verdade é que pode-se discordar da opinião dele, pode-se achar que a relevância
musical de Cristiano era maior - trata-se de gosto individual- , mas ofensa
pessoal não é resposta a uma crítica de gênero musical, ou sobre o momento
cultural que vivemos, afinal, é disso que trata o texto de Zeca Camargo .
A verdadeira liberdade é quando
respeitamos o outro quando ele diz as coisas que não gostamos, especialmente
quando o tema não é o individuo, mas sua ação.
Tenho
medo da rasura e deste patrulhamento virtual dos consensos!
Futebol primitivo
A direção do futebol brasileiro é corrupta
e fracassada. A nossa seleção reflete o nível da direção de nosso futebol e
Dunga, inexperiente, com formação limitada, risível se compararmos aos
treinadores que temos na Europa, não tem a menor capacidade de conduzir e
liderar a renovação do futebol nacional. É muita areia pro caminhãozinho
dele...
Nenhum comentário:
Postar um comentário