terça-feira, 7 de outubro de 2014

Alex Ferraz

VOTO
Foi a maior abstenção da história recente das eleições no Brasil. O próprio Dias Toffoli, presidente do TSE, reconheceu isso e informou que em cada quatro eleitores, um deixou de votar. Já não seria tempo de reconhecer a necessidade de acabar com a obrigatoriedade do voto. Antonio Imbassahy e o advogado José Amando, por exemplo, concordam plenamente com isso.

Eleições: coisas que não funcionaram bem
Mais uma festa da democracia etc.etc. Tudo bem. Mas houve algumas falhas na Bahia que precisam ser pontuadas para que não voltem a se repetir nas próximas votações.
Por exemplo, as empresas de ônibus não cumpriram à risca o acordo de colocar toda a frota na rua. Leitores enviaram mensagens por e-mail, com fotos, mostrando pelo menos duas garagens de duas grandes empresas com dezenas de ônibus no pátio.
Outra questão foi a do atraso de mais de duas horas na apuração em Feira de Santana, pois, conforme reconheceu a própria autoridade eleitoral local, a empresa contratada para fazer o transporte das urnas, contrato este feito por licitação, exercia esse trabalho pela primeira vez e a inexperiência fez com que houvesse um grande número de atrasos, principalmente no recolhimento das urnas da zona rural.
A questão da acessibilidade para portadores de deficiência física foi outro fator explícito: na Escola Politécnica da UFBA, no campus da Federação, por exemplo, vários eleitores cadeirantes retornaram sem votar e um deles foi levado nos braços, pelo próprio pai, até o andar da seção eleitoral. É que, além de não haver rampa, o elevador estava quebrado e a Justiça Eleitoral havia solicitado o conserto há dias.
Também sobrou lixo eleitoral, ontem, em diversos pontos da cidade, principalmente em Brotas, na região do colégio Luiz Viana Filho, maior zona eleitoral de Salvador.

E por falar em falhas...(I)
Mesmo tendo colocado praticamente todo o seu efetivo nas ruas - conforme informações de sua assessoria -, a Transalvador não conseguiu nem de longe amenizar os conflitos de trânsito em algumas áreas. Brotas, Campo Grande, Garcia, Federação e, terrível, Pirajá, sofreram com grandes congestionamentos. Em Pirajá, então, a situação foi escandaloso e não havia agentes do órgão de trânsito.

E por falar em falhas...(II)
Já em Stella Maris, no vilage Petromar, moradores ficaram sem energia elétrica, pasmem, das 19h de sexta-feira até as 15h do domingo de eleição.
Motivo: vento forte fez dois fios se juntarem num poste, causando curto circuito. Por mais que ligassem para a Coelba, NÃO CONSEGUIRAM atendimento. O próprio vento encarregou-se afastar os fios e a luz, então, voltou.

Segurança para quê, então?
Vejo notícia sobre assalto à Cesta do Povo da Avenida Barros Reis. Informam, então, que os segurança, ao notarem a ação dos bandidos, acionaram a Polícia e quando esta chegou, os bandidos já tinham sumido.
Engraçado, antigamente os seguranças eram para enfrentar bandidos. Hoje, servem apenas para avisar à Polícia?

Nas próximas eleições
Em entrevista ontem à Rádio CBN, o advogado eleitoral José Amando informou que algumas mudanças, ainda que tímidas, já começam a ocorrer no processo de propaganda eleitoral. Por exemplo, na próxima eleição estarão proibidos os famigerados cavaletes em canteiros, que tantos acidentes provocaram com esses ventos primaveris.

A voz do povo é a voz de quem?
Jair Bolsonaro e seus dois filhos eleitos; Marco Feliciano eleito e Levy Fidélix ganhando mais de 500 mil votos. Em se considerando as opiniões dessas criaturas, temos que reconhecer que há ainda muita gente retrógada neste país, inclusive no eleitorado.

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