Estou
falando do “latim”, uma língua considerada morta, mas que ainda se mantém viva
em nosso idioma com expressões como: “Curriculum Vitae” que significa trajetória de vida. “Data vênia” =
significa com o devido respeito. “Tripalium” – “tri” (três) e "palus" (pau) - significa
torturar alguém no tripalium. Por ironia do acaso, essa é a origem da palavra
trabalho.
A
expressão Religião também vem do
latim “religare” que significa religar o homem com suas origens divinas.
Pelo
que aqui fica implícito, parece que todos os humanos quebraram esse elo de
ligação com sua essência sagrada e agora há um esforço generalizado em religar
esse elo.
Com
esse propósito o homem criou cerimoniais de adoração ao divino e os chamou de
religião. Para evitar que muitos usassem a criatividade para inserir elementos novos
nesses procedimentos ritualísticos, foi criada uma coisa chamada “dogma”.
Toda
religião tem que ter rituais e dogmas. Os dogmas são simplesmente verdades de
uma religião que não podem ser duvidadas e nem modificadas. Quem tentar isso
será considerado um “herege” e poderá ser punido dentro da “própria” lei.
Mesmo
assim, muitos fiéis praticaram heresias e mudaram os dogmas de suas religiões.
Foi assim que surgiram centenas de religiões no mundo e todas buscando essa
religação como o divino.
Ainda
existem grupos espiritualistas sem rituais e sem dogmas, portanto não podem ser
considerados religiões. Os dogmas não nascem de um dia para o outro. O
espiritismo, criado por Kardec, onde o sufixo “ismo” significa ideologia e não
religião, o é assim porque ainda não possui rituais nem dogmas. Como o
espiritismo tem uma simpatia muito grande dos católicos, ninguém se espante se
este começar a absorver os dogmas ritualísticos dessa religião e se tornar uma
agradável heresia dos nossos tempos.
Parece
que há um consenso global de que algo aconteceu sobre o planeta e perdemos a
ligação com nossa fonte divina.
Alguém
pode achar que os líderes religiosos são exceções cuja missão é auxiliar o
projeto “Religare” aqui na terra. Os
próprios espíritos nos informam que muitos líderes religiosos, após o desencarne,
continuam perambulando pelo Umbral ou por colônias, em regiões próximas à terra,
tentando praticar o “Religare” e alguns ainda acham que estão vivos entre os demais.
Há
casos na própria literatura espíritas de até líderes espíritas que demoraram
décadas para perceber que tinham desencarnados.
Agora fica a pergunta;
onde está o elo perdido? Sem ter essa resposta fica difícil se praticar o
“Religare” usando apenas os dogmas religiosos como bússola norteadora.
Conrado Dantas
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