quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Bastidores do debate: Dilma e Aécio ficam frente a frente, mas fogem do olho no olho

Faltando 12 dias para as eleições, Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB) enfim se encontraram neste segundo turno. O aguardado "olho no olho" entre os presidenciáveis, no entanto, aconteceu só na televisão.
A reportagem da BBC Brasil acompanhou o debate na noite de terça-feira nos estúdios da TV Bandeirantes, em São Paulo. Mesmo posicionados frente a frente no centro do estúdio, o tucano e a petista quase não trocaram olhares.

Por duas horas, ambos revezaram sua atenção entre os cronômetros e as câmeras (quando perguntavam ou respondiam), anotações pessoais (quando eram questionados) e assessores (que literalmente corriam para os púlpitos ao fim de cada bloco).
A barreira simbólica entre Dilma e Aécio - que apareceram tecnicamente empatados nas últimas pesquisas de intenção de voto - se repetia na plateia.
Como que por ironia da organização, petistas ocupavam as cadeiras do lado direito, enquanto aos tucanos foi destinado o extremo esquerdo. José Serra (PSDB), recém-eleito senador, e Fernando Haddad (PT), prefeito de São Paulo, foram discretos e se sentaram em meridianos opostos sem chamar atenção.
Para evitar confusão, todas as poltronas laterais traziam em letras garrafais as siglas dos respectivos partidos - no eixo central, fotógrafos, jornalistas e convidados isolavam as duas partes.
  
Nervosismo
Durante toda a noite, Dilma e Aécio se aproximaram por duas únicas vezes - no começo e no fim do programa de TV.
Atiçados pelos cliques que pipocavam da plateia, eles faziam questão de sorrir durante os encontros - "mas riso amarelo é pior que cara feia", reclamou um dos fotógrafos do evento.
Quanto mais agressivas se tornavam as acusações entre os candidatos, mais nervosos se punham os engravatados da plateia. Numa espécie de coreografia, eles resmungavam quando seus correligionários eram acuados e vibravam a cada fala positiva.

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