Duas estudantes brasileiras foram
selecionadas em um programa que incentiva projetos inovadores de
empreendedorismo social promovido por alunos da Universidade Harvard,
nos Estados Unidos. No total, entre 80 inscritos, além de Georgia
Gabriela da Silva Sampaio, de Feira de Santana (BA), e Raíssa Müller, de
Novo Hamburgo (RS), ambas com 19 anos, outros três participantes vindos
do Sri Lanka, Nepal e Filipinas, foram premiados. Em novembro eles vão
participar de um conferência no campus de Harvard para expor seus
projetos para investidores do mundo todo e conhecer a universidade.
Chamado de “Village to Raise a Child”
(significa “Vila por Trás do Jovem”), o evento realizado pela primeira
vez por um grupo de alunos, ex-alunos e professores de Harvard tem
objetivo de tornar conhecidas ideiam que impactem a comunidade em que os
autores vivem. “A ‘vila’ significa bairro, comunidade, escola ou
qualquer grupo social por trás desse jovem. Há sempre uma ‘vila’ atrás
de uma ideia, de um projeto e nosso critério mais forte foi o de premiar
ideias que impactem a comunidade”, diz o brasileiro Renan Ferreirinha
Carneiro, de 20 anos, que integra a comissão organizadora do evento e
cursa o 2º ano de economia e ciências políticas em Harvard.
Uma das premiadas é Georgia Gabriela da
Silva Sampaio que pesquisa a criação de um método menos invasivo e mais
barato, por meio de um exame de sangue, para o diagnóstico da
endometriose, doença que acomete as mulheres. Ela começou a pesquisar o
assunto há três anos, depois que tia foi diagnosticada e teve de extrair
o útero, e Georgia cogitou a possibilidade de herdar a patologia,
hipótese descartada até o momento.
“Fiquei pensando no contexto social e
econômico e como as pessoas são privadas de ter um diagnóstico e se
tratar. Desenvolvi um método de diagnóstico que pode ser feito através
de marcadores biológicos que depois vai ser adaptado para um exame de
sangue”, diz Georgia. Segundo ela, cientificamente não é uma ideia
inédita, porém os pesquisadores “nunca foram adiante para trazer para a
realidade.”
Georgia lembra que o diagnóstico da
endometriose, inicialmente feito por exame de ultrassonografia, e o
tratamento, que até prevê uma indicação cirúrgica, é muito restrito.
“Esse olhar é voltado para minha comunidade, me senti incomodada com a
possibilidade de muitas mulheres nem conseguirem ser diagnosticadas.
Quero dar continuidade à minha pesquisa com ajuda de um orientador.”
A estudante concluiu o ensino médio no
ano passado e neste ano vai disputar uma vaga em uma universidade
americana, onde pretende conciliar cursos de engenharia e algo no campo
das ciências biológicas.
Fonte: G1
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