sábado, 25 de outubro de 2014

'Socialite' petista e diarista 'aecista' expõem contrastes de eleição acirrada

Cerca de 20 quilômetros separam as casas da colunista Hildegard Angel e da diarista Solange Alves Leite no Rio de Janeiro. A primeira mora em Copacabana, de frente para o mar, e a segunda no Morro do Banco, no Itanhangá, Barra da Tijuca. Mas não são apenas as realidades muito distintas que separam as duas mulheres. Hildegard vota em Dilma Rousseff (PT), e Solange, em Aécio Neves (PSDB).
De longe, as intenções de voto reveladas à BBC Brasil mostram faces surpreendentes do eleitorado, com um inesperado voto de uma integrante da alta sociedade brasileira à candidata petista e uma opção pelo tucano de uma trabalhadora nordestina que chegou a passar fome na infância.
As escolhas das duas também parecem ir na contramão das pesquisas eleitorais. Segundo um levantamento Datafolha divulgado na última quinta-feira, Dilma lidera com folga (64% contra 36% de Aécio) as intenções de voto entre os eleitores com renda familiar de até 2 salários mínimos, enquanto os dois candidatos estão numericamente empatados entre os votantes com renda de 2 a 5 salários. O tucano, no entanto, tem uma liderança confortável (61% a 39%) entre aqueles que ganham mais de 10 salários mínimos.
Uma análise mais próxima, no entanto, revela a cadeia de eventos que pode ajudar a explicar os votos de Hildegard e Solange.

Questões
A jornalista Hildegard Angel trabalhou no Jornal do Brasil e vem trabalhando para o jornal O Globo há mais de 40 anos, sendo considerada uma das mais proeminentes colunistas sociais do país. Nos últimos anos também passou a se interessar por outros temas e tem mantido um blog e uma conta no Twitter, por onde transmite seus pontos de vista sobre diversos temas.
A jornalista tem questões familiares e históricas muito fortes que a levam a optar pelo voto na candidata do PT, que na juventude foi perseguida pela ditadura: seu irmão Stuart Angel participou da luta armada contra o regime militar e faz parte da lista de desaparecidos políticos, enquanto sua mãe, Zuzu Angel, notabilizou-se por suas denúncias dos crimes da ditadura até sua morte, em 1976, em um acidente de carro sobre o qual há suspeitas do envolvimento de militares.
Tais origens fazem com que, embora pertença às altas rodas cariocas, Hildegard faça questão de defender publicamente seu voto no PT, que, segundo ela, possui "política econômica que prioriza o povo brasileiro, a multiplicação de empregos, e o desenvolvimento nacional".
Solange por outro lado, não nega avanços obtidos nos últimos anos, mas quer mais.
Ela diz que passou fome quando criança e que certamente as coisas melhoraram como um todo, mas afirma que sua vida ainda é muito difícil, seu poder de compra está estagnado, e sua busca por uma vida melhor a leva à opção pelo diferente.
"Realmente melhorou, mas eu preciso exigir mais. Moro num lugar violento, quero educação melhor, saúde melhor, menos inflação. Se ele (Aécio) cumprir as promessas, pode ser um bom presidente, sim".

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