segunda-feira, 11 de maio de 2015

Atletas ganham espaço para criar plano nacional para o esporte brasileiro

 
Em 2006, atletas de diversas modalidades resolveram se juntar para propor mudanças para a gestão do esporte no país. Foi preciso quase uma década para que eles finalmente fossem atendidos com a reativação da Comissão Nacional dos Atletas, que estava parada havia 16 anos.

Reinstalada oficialmente pelo Ministério do Esporte na semana passada, a principal função da comissão será avaliar as políticas de esporte que já existem e fazer sugestões para melhorias.
"Está sendo aberta uma porta para os atletas participarem mais das discussões, e é isso que nós queremos", disse à BBC Brasil a ex-jogadora de basquete Hortência, vice-presidente da Comissão de Atletas. Ela também está no grupo de esportistas que se uniu em 2006 e hoje forma a Atletas pelo Brasil, uma ONG que luta pelo desenvolvimento do esporte.
O diálogo foi aberto, mas os atletas ainda estão reticentes quanto à prática do que está sendo discutido.
"Não é novidade os atletas participarem, acho que tem tido um avanço nos últimos anos. Mas uma coisa é discurso, e outra coisa é pratica. É o que a gente está de olho pra ver se vai existir uma mudança de cenário, que seria sair das discussões e virar ações concretas", pontuou a ex-jogadora de vôlei Ana Moser, presidente da Atletas pelo Brasil e uma das vozes mais ativas nas reivindicações.
Uma das principais reivindicações dos atletas é a criação de um "sistema único" para regulamentar o esporte no país e determinar as responsabilidades do poder público. "A Constituição diz que o Estado deve levar esporte para todos, mas atualmente 80% do investimento vai para o alto rendimento", explica Ana Moser.
Outra, é a regulamentação da medida provisória 620, que altera a Lei Pelé e obriga entidades esportivas a seguirem uma série de regras de gestão e transparência (como a limitação de mandatos de presidentes, por exemplo) para receber dinheiro público - atualmente, quase 100% das confederações esportivas recebem dinheiro do governo federal. A medida foi aprovada em 2013, mas até hoje não foi regulamentada. (Veja matéria completa na BBCBrasil)

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