sábado, 2 de maio de 2015

Minha avaliação da Micareta


 A Micareta tem mais especialistas que o raso futebol baiano e, após cada festa, começa o segundo prazer desta folia, que é discuti-la.  Como todo ano a festa tem pontos positivos e negativos. A discussão, no entanto, não pode ser coibida, pois é de livre direito e se há reclamações é porque de algum modo ela causa incômodo. Evidente, também, que o modelo e espaço que serviu há quinze anos podem não ser mais satisfatórios. Eu mesmo, um destes especialistas, não vou discutir quebranças e remelexos, pois não disponho de habilidades rebolativas para tal. Mas algumas questões são claras.
A primeira delas é que a Presidente Dutra - que liga rodovias federais - interrompida é um tremendo inconveniente para quem usa as rodovias; segundo que há um número cada vez maior de moradores ao lado do circuito; há um significativo transtorno e nem todo mundo pode sair da cidade. O direito destas pessoas precisa ser respeitado, pois há idosos, pessoas que precisam trabalhar no dia seguinte e não descansam; terceiro, aquela avenida tornou-se um grande centro comercial e no período anterior e posterior os comerciantes dali são prejudicados, sem nenhum tipo de compensação financeira pela prefeitura ou governo. Nos tempos de crise econômica, então, isto é inaceitável.
Por último: a festa deveria ser diurna no domingo, encerrando-se no início da noite. Afinal, quem trabalha fora de Feira já foi embora, e para quem fica não é justo submeter o comércio ao feriado até segunda feira meio dia (quando já se libera no carnaval). É injusto impor mais este custo aos comerciantes. 
Acho, portanto, que a mudança para o sítio da Presidente Dutra foi correto, mas já deu o que tinha que dar. Onde, então, deve ser realizada a festa? Não sei. Mas é exatamente para isto que a discussão deve existir.

Apoio de Rui
É obrigação, evidente, mas mesmo assim merece ser registrado o apoio do governo do estado à Micareta e o bom trabalho da Polícia. 

Polícia Federal

Morreu no esquecimento a promessa da Delegacia da Policia Federal na cidade. É preciso começar de novo porque o crime não enfrenta burocracia para crescer.

Tio Lourinho
Viver, depois de certo tempo, é este acumular e sobreviver às perdas.  Um dia, perdemos pai e nos descobrimos meio desancorados, apesar de toda experiência que já temos.  Outras, antecipadas – colegas, amigos -, pelo trágico, vão roendo as reservas e alertando que o destino é mesmo o senhor imprevisível e dono da razão. 


Agora, a perda súbita do tio e padrinho, morador do ar marinho de Porto Seguro, afeto e alegria – e sempre por ironia da medicina, cliente- é mais um choque, um arrebatamento, destes que vai luindo as certezas e acumulando memórias nas despedidas.  Devo a ele, no mínimo, o primeiro porre.  Fico com a tranquilidade de uma vida vivida que resultou em carinho e paixão de toda a imensa família e seu riso aqui no consultório, há poucos dias. Não é pouco. A benção, com todo agradecimento e falta, uma derradeira vez.  
PS: Publicado no Tribuna Feirense

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