A
Micareta tem mais especialistas que o raso futebol baiano e, após cada festa,
começa o segundo prazer desta folia, que é discuti-la. Como todo ano a
festa tem pontos positivos e negativos. A discussão, no entanto, não pode ser
coibida, pois é de livre direito e se há reclamações é porque de algum modo ela
causa incômodo. Evidente, também, que o modelo e espaço que serviu há quinze
anos podem não ser mais satisfatórios. Eu mesmo, um destes especialistas, não
vou discutir quebranças e remelexos, pois não disponho de habilidades
rebolativas para tal. Mas algumas questões são claras.
A
primeira delas é que a Presidente Dutra - que liga rodovias federais -
interrompida é um tremendo inconveniente para quem usa as rodovias; segundo que
há um número cada vez maior de moradores ao lado do circuito; há um
significativo transtorno e nem todo mundo pode sair da cidade. O direito destas
pessoas precisa ser respeitado, pois há idosos, pessoas que precisam trabalhar
no dia seguinte e não descansam; terceiro, aquela avenida tornou-se um grande
centro comercial e no período anterior e posterior os comerciantes dali são
prejudicados, sem nenhum tipo de compensação financeira pela prefeitura ou
governo. Nos tempos de crise econômica, então, isto é inaceitável.
Por
último: a festa deveria ser diurna no domingo, encerrando-se no início da
noite. Afinal, quem trabalha fora de Feira já foi embora, e para quem fica não
é justo submeter o comércio ao feriado até segunda feira meio dia (quando já se
libera no carnaval). É injusto impor mais este custo aos comerciantes.
Acho,
portanto, que a mudança para o sítio da Presidente Dutra foi correto, mas já
deu o que tinha que dar. Onde, então, deve ser realizada a festa? Não sei. Mas
é exatamente para isto que a discussão deve existir.
Apoio de Rui
É obrigação, evidente, mas mesmo assim
merece ser registrado o apoio do governo do estado à Micareta e o bom trabalho
da Polícia.
Polícia Federal
Morreu no esquecimento a promessa da
Delegacia da Policia Federal na cidade. É preciso começar de novo porque o
crime não enfrenta burocracia para crescer.
Tio Lourinho
Tio Lourinho
Viver, depois de certo tempo, é este acumular e sobreviver às perdas. Um dia, perdemos pai e nos descobrimos meio desancorados, apesar de toda experiência que já temos. Outras, antecipadas – colegas, amigos -, pelo trágico, vão roendo as reservas e alertando que o destino é mesmo o senhor imprevisível e dono da razão.
Agora, a perda súbita do tio e padrinho, morador do ar marinho de Porto Seguro, afeto e alegria – e sempre por ironia da medicina, cliente- é mais um choque, um arrebatamento, destes que vai luindo as certezas e acumulando memórias nas despedidas. Devo a ele, no mínimo, o primeiro porre. Fico com a tranquilidade de uma vida vivida que resultou em carinho e paixão de toda a imensa família e seu riso aqui no consultório, há poucos dias. Não é pouco. A benção, com todo agradecimento e falta, uma derradeira vez.
PS: Publicado no Tribuna Feirense
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