Já faz tempo que a indústria da música
tem mudado. Afinal, com tantos serviços de streaming (e com acesso online a
arquivos piratas), cada vez menos gente compra CDs. Nesse contexto, coisas
interessantes acontecem – tipo Mozart ultrapassar Beyoncé e Drake em número de
discos vendidos em 2016.
Não é que as pessoas de repente estejam
começando a curtir música erudita e parando de querer requebrar ao som da
última batida pop. É que este ano marca o 225° aniversário da morte de Mozart
e, para comemorar, a Universal
Music Group lançou uma coletânea chamada Mozart 225, com suas
maiores obras – segundo a gravadora, a compilação é o “resultado de anos de
planejamento, curadoria e estudo sobre a obra do compositor”.
O box (que custa US$ 450) vendeu como
água: segundo a revista Billboard, foram 1,25 milhão de CDs no
primeiro mês após o lançamento. Para se ter uma ideia, o disco Views,
de Drake, levou o dobro desse tempo para superar 1 milhão de cópias, assim como
Lemonade, de Beyoncé, que só alcançou a marca 2 meses depois de seu
lançamento.
Há um truque nessa conta. É que, em caso
de coletânea, a Billboard contabiliza o número de vendas de cada
disco – e como o box de Mozart tem 200 CDs, isso significa que pouco mais de 6
mil pessoas compraram a caixa, que deu US$ 3 milhões de lucro à gravadora.
Mesmo assim, é um número impressionante
e mostra que, ainda que a indústria da música esteja constantemente mudando e
tentando se adaptar aos novos tempos, os fãs de música erudita estão entre os
mais fiéis – e formam um nicho lucrativo. Por outro lado, a própria Billboard
já mostrou que quem ouve ritmos mais modernos raramente compra discos inteiros:
em geral, fãs de Beyoncé, Kanye West e Rihanna preferem investir em singles
ou em playlists no Spotify.
Fonte:
Super Interessante
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