quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

Nem Beyoncé, nem Drake: o artista mais vendido do ano foi Mozart



Já faz tempo que a indústria da música tem mudado. Afinal, com tantos serviços de streaming (e com acesso online a arquivos piratas), cada vez menos gente compra CDs. Nesse contexto, coisas interessantes acontecem – tipo Mozart ultrapassar Beyoncé e Drake em número de discos vendidos em 2016.
Não é que as pessoas de repente estejam começando a curtir música erudita e parando de querer requebrar ao som da última batida pop. É que este ano marca o 225° aniversário da morte de Mozart e, para comemorar, a Universal Music Group lançou uma coletânea chamada Mozart 225, com suas maiores obras – segundo a gravadora, a compilação é o “resultado de anos de planejamento, curadoria e estudo sobre a obra do compositor”.

O box (que custa US$ 450) vendeu como água: segundo a revista Billboard, foram 1,25 milhão de CDs no primeiro mês após o lançamento. Para se ter uma ideia, o disco Views, de Drake, levou o dobro desse tempo para superar 1 milhão de cópias, assim como Lemonade, de Beyoncé, que só alcançou a marca 2 meses depois de seu lançamento.

Há um truque nessa conta. É que, em caso de coletânea, a Billboard contabiliza o número de vendas de cada disco – e como o box de Mozart tem 200 CDs, isso significa que pouco mais de 6 mil pessoas compraram a caixa, que deu US$ 3 milhões de lucro à gravadora.

Mesmo assim, é um número impressionante e mostra que, ainda que a indústria da música esteja constantemente mudando e tentando se adaptar aos novos tempos, os fãs de música erudita estão entre os mais fiéis – e formam um nicho lucrativo. Por outro lado, a própria Billboard já mostrou que quem ouve ritmos mais modernos raramente compra discos inteiros: em geral, fãs de Beyoncé, Kanye West e Rihanna preferem investir em singles ou em playlists no Spotify.


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