quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

O professor que explica por que doar seu corpo para ser dissecado




Se doar meu corpo, não haverá velório? Aceitando a doação, corro risco de acelerarem minha morte?

Perguntas como essas surgem em uma roda de conversa entre um professor de anatomia e quatro mulheres. O assunto: a doação do corpo após a morte.

Todos estão sentados em poltronas confortáveis em um ambiente espaçoso: a sala de reuniões especiais da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais, em Belo Horizonte.


Na parede, quadros em homenagem aos professores eméritos da instituição. O cenário é considerado um dos mais nobres do prédio e não foi escolhido por acaso.

O tema fúnebre não deixa o clima pesado. O que se vê é um bate-papo descontraído, em meio a risos e muita curiosidade das mulheres decididas a doar seus corpos à Medicina.

Quem está ali para escutá-las é o professor de anatomia da UFMG Humberto Alves. Há 16 anos, ele se dedica a obter corpos para o ensino da anatomia, dando esclarecimentos a quem opta por um fim diferente do cemitério ou do crematório.

Se hoje as entrevistas são leves, no início eram fechadas e metódicas. Com a prática, o anatomista ficou mais seguro para prolongar a conversa, passando a se aprofundar nas razões para a doação e nas histórias das pessoas.

"A aproximação com o doador é fundamental. O simples preenchimento de um formulário online, como acontece nos Estados Unidos, não é suficiente", defende o professor.



Importância

Ainda que existam recursos tecnológicos e modelos em 3D do corpo humano, nada substitui o cadáver, afirma Alves. Tanto pela forma de aprendizado diferenciada que proporciona como pela humanização dos estudantes que, muitas vezes, tocam pela primeira vez em um corpo sem vida.


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