segunda-feira, 29 de agosto de 2016

Como escolher um Prefeito para chamar de seu-Meio Ambiente


Todo cidadão deveria ter três árvores plantadas em seu nome, como recomenda a OMS. Um mínimo de 12m² de área verde/habitante e um ideal de 36m².  As árvores influenciam o ar (filtram, retém o pó e microrganismos, reduzem velocidade dos ventos, absorvem 250m de água evitando enchentes); mudam o clima (absorvem o calor do sol, resfriam o ambiente, aumentam a umidade do ar); interferem no solo (regulam ciclos hídricos, evitam a impermeabilização do solo); e no visual (estudos mostram que elas trazem conforto visual e bem estar). Há estudos, como por exemplo, no Morumbi, em São Paulo, que tem 40% do bairro coberto por árvores, que mostram que ele apresenta 5 graus a menos de temperatura do que outras áreas mapeadas pela Universidade. Então, entenda eleitor: árvore não é coisa de xiita ecológico e sim uma influência vital na sua qualidade de vida.  
Uma Secretaria de Meio Ambiente vai além do lixo, com coleta seletiva; esgoto; combate a poluição visual (excesso de propaganda) e sonora (importante fator de irritação urbana), intervenção e preservação de mananciais hídricos. Não pode ser uma Secretaria para composição política, mas um setor  fundamental por interferir substancialmente no padrão de vida das cidades. Nenhum “Habite-se” deveria ser dado em edificações que aterram lagoas e similares; ou  que não apresentasse um plano de meio ambiente, como  em condomínios gigantescos que são construídos sem nenhuma exigência iu compensação. 
Em Feira, segundo matéria do Diário Oficial do Munícipio com o Diretor do Departamento de Áreas Verdes, Deodato Peixinho, existiam, em 2002, 7,5 m² de área verde/ habitante. Ele estima que em 2016 tenhamos 9m², embora não haja estudos.  Haveria, segundo ele, 55 mil árvores na cidade.  Considerando que são 14 anos de diferença e o que preconiza a OMS, concluímos que é um desempenho muito pífio do ponto de vista ambiental, especialmente se considerarmos que estamos em uma cidade sertaneja com temperaturas elevadas. É preciso mais ação.  Aliás, em Presidente Prudente e outros munícipios um acordo com concessionárias as obriga a plantar uma árvore por cada carro vendido para compensar a emissão de carbono que isto irá representar. Em Campina Grande, com 400 mil habitantes e 100 mil árvores,  talvez esteja um dos mais ambiciosos projetos ambientais com perspectivas que se atinja duas árvores por habitante.  O mundo, prezado eleitor, se move.
Feira vem progressivamente enterrando suas nascentes apesar dos protestos.   A tolerância  com as construtoras e empresariado tem resultado em uma dolorosa exterminação das fontes que deram origem a Santana dos Olhos D’Água.  Aliás, é vergonhoso que após tantos anos ainda não tenhamos um cadastro, um projeto de geo-referenciamento, ou que nome se queira dar, a estas áreas e estejamos convenientemente engatinhando neste setor. Ou que a UEFS não intervenha de forma incisiva nesta questão preferindo seu isolamento mural patológico.  
Sabemos que a criação de parques reduz o consumo de energia, pois resfriam o ambiente; melhoram a circulação do ar;  reduzem obesidade (epidemia do século) em moradores próximos a estas áreas.  Duas áreas preservadas pelo governo Ronaldo (Parque da Cidade e Geladinho) e o Parque da Lagoa Grande, realizado pelo governo do estado através do deputado Zé Neto, a ser inaugurado refeltem este impacto. 
Ao escolher seu prefeito, escolha aquele que seja capaz de fazer estas intervenções: que tenha postura ativa, profilática, e não passiva, tardia ou apenas reativa, o que sempre resulta em ação ineficaz.  Escolha o prefeito que compreenda que o Meio Ambiente muda a qualidade de vida dos cidadãos e  que torne estas ações uma pauta real e propositiva e não um cala boca, uma conversa fiada para boi dormir. 
Pense e escolha. 


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