sábado, 6 de agosto de 2016

Quem vê cara, não vê coração

         
Ouvindo música em casa, me deparei com versos cuja autoria é atribuída a Chico Buarque de Holanda. Eu sempre o considerei como um dos maiores compositores brasileiros, poeta nato, de primeira linha. E mesmo quando ele começou a defender publicamente os ladrões do PT, eu não mudei de opinião quanto a isso. Inclusive, fiz esta defesa junto a alguns amigos que passaram a repudiá-lo. Entendo que o cidadão Francisco Buarque de Holanda, tem o direito de externar suas opiniões, embora não tenhamos que concordar com elas. Mas o poeta, é o poeta, e sempre o será.
         Mas, eu não entendia como alguém que defendia em suas canções a liberdade, a igualdade e fraternidade, poderia defender os inimigos destes três pilares da civilização e da democracia. Era um contrassenso, e eu fiquei desconfiado. Recentemente, vi um vídeo onde ele, e outros artistas, revela (confessa) que a maioria das composições não são dele, mas de autores anônimos que, segundo ele, não querem sair do anonimato e preferem vender suas composições. Permitam-me duvidar, e muito. Convivi e ainda convivo com muitos poetas e músicos e sei que a maioria tem suas obras como verdadeiros “filhos”, que podem até emprestar, doar para adoção, mas, nunca as vender. Os que vendem, vendem com o coração partido, por absoluta necessidade financeira, do que se aproveitam artistas famosos sem escrúpulos, o que não parece ser o forte de Chico Buarque.

         Quem te viu, quem te vê.

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