sexta-feira, 5 de agosto de 2016

Enquanto você delira com a tocha, veja quem realmente ganha com os Jogos Olímpicos, aqui e alhures

Fica até difícil saber por onde começar, mas vejamos: o custo da Olimpíada para os cofres públicos do País está calculado em torno de R$ 40 bilhões.
Claro que é muito mais alto do que o previsto inicialmente e, óbvio, muitos desses bilhões foram desviados para bolsos particulares.
De acordo com o mais recente levantamento publicado pelo jornal Valor Econômico (ontem), o total investido por todos os patrocinadores da Olimpíada do Rio e marketing, publicidade e eventos é de R$ 4,6 bilhões.
E isso se traduz em “aparições” que vão desde bonés e fones de ouvidos usados pelos atletas mais famosos, passando por aquele mosaico de marcas que aparece sempre no fundo de cada entrevista, até a propaganda explícita.
Isso para não falar em outros bilhões gastos por redes de TV e outras mídias a fim de cobrir o evento.
Aliás, para se ter uma ideia, a rede americana NBC acaba de revelar que investirá cerca de R$ 20 bilhões para cobrir três edições de jogos olímpicos, a começar por esta do Rio.
Tudo isso, caro leitor/telespectador/torcedor, está por trás da sua inocente torcida, dos seus bobos berros diante da telinha que deve ter lhe custado suadas prestações mensais.

Atochados
Milhões de desempregados, dezenas de milhões recebendo com  dificuldade subsalários, miseráveis que, ao contrário do que apregoaram Lula e Dilma, só têm crescido em número no País, famintos e alienados em geral estarão berrando e chorando a partir de hoje com a Olimpíada.
Os raríssimos que ousaram fazer algum protesto foram rechaçados a balas de borracha pela Polícia, com o ocorreu anteontem, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.
Enquanto isso, nos bastidores, centenas de bilhões de reais jorram em publicidade, obras e salários milionários de atletas.
Dedico a coluna de hoje a este tema.

Um jamaicano milionário
Quando se fala em Jamaica e jamaicanos, a ideia primeira que nos vem é a de pessoas pobres, usando penteados rastafári.
Fumando um baseado e cantando reggae à La Bob Marley.
Bem, tal imagem está muito disante daquela exibida por Usain Bolt, um dos mais badalados atletas da Rio-2016.
O velocista jamaicano, que permanece escondido como uma grande estrela pop, tem mais R$ 106 milhões por ano na sua conta bancária, o que faz do bicampeão olímpico o 32º mais bem pago do mundo.

Um brasileiro nadando em dinheiro
Neymar, que vem jogar pela Seleção quando quer e não duvidem se deixar a competição pelo meio ou logo no começo,  ganha cerca de 37,5 milhões de dólares (quase R$ 150 milhões) por ano, entre salário e contratos publicitários.
Em outras palavras, ele embolsa um pouco mais de 100 mil (cerca de R$ 400 mil) dólares a cada 24 horas, o que dá, por exemplo, para comprar dez Fiat Mobi diária.

Um basquete de cesta cheia
Kevin Durant, com apenas 27 anos e vice-campeão da NBA com o Golden State Warriors, aparece como o mais bem pago da Olimpíada: ganha o equivalente a mais de R$ 183 milhões por ano.
No ranking mundial, está em quinto - atrás de CR7, Messi, LeBron e Federer, todos fora da Rio-2016.

Um cara de pau sem limites
Ainda em março de 2015, o carioca Sidney Levy, diretor-geral do comitê organizador da Olimpíada Rio 2016, afirmava, em entrevista à Folha, que a entidade “não vai fazer lucro” com o evento, e quem ganhará será tão-somente a cidade.
Ora, ora.
A cidade está ganhando, sim, tremendo engarrafamentos, obras mal feitas e, em alguns casos, cassetetadas e balas de borracha contra quem se atreve a protestar.
Isso aí.

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