terça-feira, 9 de agosto de 2016

Lutar pelo que? E por quem?

     
 Eu, desde jovem, escolhi lutar minhas próprias lutas e por causas próprias. Contudo, me engajei na luta contra a ditadura militar, mas apenas por conta dos meus ideais libertários e não por este político ou aquele partido. Vi a intervenção militar de 1964 como algo necessário, porque a baderna estava igual ao que acontece hoje, e o comunismo era uma ameaça real, como também é hoje. E como sei que comunismo é escravatura, e eu não sou propriedade de ninguém, preferia morrer de arma em punho a ser escravo de vagabundos sanguessugas que exploram e vivem do trabalho alheio.
         Mas os militares perderam o rumo, tomaram gosto pelo poder, e passaram a agir contra os cidadãos de bem, protegendo políticos ladrões e corruptos e assassinando inocentes, daí a necessidade que senti de lutar contra eles. Finda a ditadura militar, o País parecia ter voltado ao estado de direito ao caminho da democracia. Mas só parecia, porque, na sua benevolência, os militares brasileiros deixaram vivos os inimigos da democracia, apenas enviando-os para o exílio, de onde voltaram para nos assombrar. Estivéssemos em Cuba ou em qualquer outro país comunista, os comunas não deixariam nenhum adversário político vivo, como o fizerem russos e cubanos.
         Estamos novamente ameaçados pelo domínio comunista e eu não vejo como reagir. Quando olhamos em volta, tudo que vemos são autoridades corruptas, ladrões e assassinos, cada qual buscando fazer valer a qualquer custo a tal da “Lei de Gerson”, para levar vantagem em tudo. Temos um ex-presidente sendo investigado por roubo (quiçá cumplicidade em assassinato), corrupção e desvio de verbas públicas. Uma presidente licenciada sob ameaça de impeachment por ter infringido a lei de Responsabilidade Fiscal, um presidente da Câmara Federal afastado sob suspeita de comandar uma quadrilha de propineiros, um presidente interino sob suspeita de receber propina, um presidente do senado também sob suspeita do mesmo crime, e uma Suprema Corte sob suspeita de estar acobertando crimes dos padrinhos políticos dos seus membros.
         Nos restaria pedir socorro às forças policiais, mas vejam, ninguém confia nelas. Conheço um monte de gente que, como eu, já não presta queixa alguma à polícia, porque não confiam e até têm tanto medo de policiais quanto têm de bandidos. Aliás, ninguém confia mais em ninguém. Olhamos para os nossos semelhantes com desconfiança e até com medo, pois quem vê cara não vê coração, hoje em dia as ameaças muitas vezes estão debaixo do nosso próprio teto, na figura de um empregado, parente ou até mesmo filhos e netos.
         Essa degeneração social, que nos levou a um estágio de “país semisselvagem”, não poupa nada nem ninguém. E essa desmoralização geral já está se fazendo notar no mundo inteiro, e a Copa do Mundo e as Olimpíadas são janelas abertas para o mundo ver o nosso estado de penúria. Quando eu ouço a Imprensa bradando contra a falta de compromisso dos jogadores da seleção de futebol, nossa estrela maior no esporte, eu fico a me perguntar: Compromisso com o que? Com Quem? As autoridades que comandam o futebol brasileiro não merecem respeito algum. Talvez a torcida merecesse. Mas, quem são os torcedores do Brasil? Certamente são os bandidos que hoje frequentam as praças esportivas e que invadem campos e concentrações para bater em jogadores e transformam os estádios em “arenas” de gladiadores selvagens.

         Um País onde as autoridades não se dão ao respeito, não merece respeito algum.

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