segunda-feira, 22 de agosto de 2016

Cinismo Olímpico

A declaração de Nuzman, presidente do Comitê Olímpico, de que ele fez o Pan, a Olimpíada, o vôlei brasileiro, e que por isso pode até desrespeitar a lei que recomenda não ser presidente por mais de oito anos já foi de uma descortesia e arrogãncia estupenda.
Nuzman não quer admitir que o governo além dos gastos indiretos irá bancar R$260 milhões de déficit dos jogos  por isso disse que  dinheiro de estatal não é dinheiro público.
É uma das maiores aberrações que já ouvi e de um cinismo olímpico.  E já o desqualifica para cuidar do nosso dinheiro. 

Dilapidando a Ficha Limpa

Volto ao assunto pela gravidade da questão. A crise atual do Brasil tem um pé em um projeto permanente de poder e outro na corrupção instalada para sua sustentação. O roubo, no entanto, não é inaugural. Aportou com as caravelas de Cabral e tomou impulso com a lassidão judicial e a falência moral que vivemos. 
Um dos raros avanços que tivemos nos últimos anos foi a criação da Lei da Ficha Limpa, após iniciativa popular, que recolheu mais de 1,6 milhões de assinaturas. Com ela, 4339 prefeitos e ex-prefeitos corruptos estavam afastados das tetas públicas. 
Agora, com  a esdrúxula decisão do STF - que ao invés de correção de algum aspecto, preferiu suspender a lei-,  afirmando que apenas as Câmaras de Vereadores deixarão um candidato com as contas desaprovadas pelos Tribunais de Contas, inelegível, todos aqueles afastados poderão voltar. E já estão se candidatando. É de dar calafrios.
Não fosse pouco, o Ministro Gilmar, deselegante, desrespeitoso, inconveniente, disse que a lei parecia "feita por bêbados".  
Com a decisão do STF a Sociedade brasileira acordará mesmo de ressaca.




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