segunda-feira, 24 de maio de 2021

Crônica de Segunda

Vício:

         A Virtude é uma qualidade moral, uma predisposição pela ordem e a prática do bem. Virtudes são todos os hábitos que levam o homem para o bem, quer como indivíduo, quer como espécie, quer pessoalmente, quer coletivamente. A virtude é o conjunto de todas as qualidades essenciais que constituem o homem de bem. As virtudes se aperfeiçoam pelo hábito de pugnar pelo controle emocional, justiça, coragem, prudência e todos os valores éticos e morais que formam o caráter de um homem/mulher de bem.

         Já o Vício é o oposto da Virtude. Um ser viciado possui graves imperfeições de caráter. Está sempre predisposto para a prática do mal para com os seus semelhantes e para consigo mesmo. É cheio de maus costumes. Quando se fala em vício, na mente logo aparecem álcool e fumo, que são as drogas populares e permitidas, além das ilegais como cocaína, haxixe, LSD e crack, este último, o flagelo deste século, que está dizimando a juventude. Mas existem muitos outros vícios tão destrutivos quanto as drogas. Volto então a falar de razão e equilíbrio emocional. Conheci diversas pessoas que destruíram suas vidas, seus lares, por causa do vício em jogo apostado. Mas, devemos abominar os jogos? Não. Eles são excelentes mecanismos para o relaxamento da mente e do corpo, através da diversão, do lazer. Há jogos que auxiliam no desenvolvimento do físico e outros que auxiliam no desenvolvimento mental. A pratica de jogos deve ser incentivada nas crianças, mas como um complemento educacional, como forma de lazer e diversão, além do culto à mente e ao corpo. “Mente sã, em corpo são”, já diziam os antigos.

         O mesmo se pode dizer do álcool. O consumo de boas bebidas alcoólicas é cultivado através dos séculos. E antes que alguém se apresse em dizer que o Álcool é coisa do demônio ou coisa que o valha, eu lembro que o primeiro milagre de Jesus foi transformar água em vinho para que continuasse a festa nas Bodas de Caná. A questão com o álcool é principalmente sobre quem bebe, quanto bebe e a qualidade da bebida. Dizem os médicos que vinho é bom para a saúde. Mas isso, consumindo-se um vinho de boa qualidade e apenas duas ou três taças por dia. Mas, o viciado, que beber uma garrafa por hora, e aí não tem corpo que aguente. Principalmente, porque um bom vinho custa caro e, como o pinguço, de um modo geral não trabalha ou tem um subemprego, ganha mal, ele compra vinhos baratos, altamente nocivos à saúde. Não culpemos o álcool, culpemos o alcoólatra. Eu conheci uma mulher cujo marido não era resistente ao álcool. Bastava uma ou duas cervejas para ele perder o controle das suas ações e praticar todo tipo de loucura. Ela sofreu muito com isso, até apanhou do marido, coitada. Ficou traumatizada a tal ponto que não pode ver ninguém bebendo que entra em parafuso e começa a torrar a paciência de quem está consumindo sua bebidinha na santa paz do Senhor. Nesse caso, não foi o álcool que estragou a vida dela, foi quem não podia e não sabia beber. Alguém que dentro de si já trazia algo de ruim que o álcool só fez potencializar. 

NE: Publicada no livro Soltando as Amarras (2015)

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