quinta-feira, 13 de maio de 2021

Sábios e Bestas Quadradas

 

     
    Recentemente li uma matéria onde cientistas declararam que quanto mais imbecil uma pessoa for, mas sábia se acha. Mas, antes de falar dos outros, vou dar o meu próprio testemunho. Nunca fui um dos alunos mais aplicados. Não gostava de estudar e me ocupava só de futilidades. Só quando adolescente desenvolvi gosto pela literatura, comecei a preencher o meu cérebro com conhecimentos úteis. Mas eu mal havia me iniciado no mundo do conhecimento, e um dia me peguei pensando: “não preciso aprender mais nada, eu já aprendi tudo que existe para se aprender”. Percebem o grau de imbecilidade? Os cientistas estão certos. Mas por graça divina eu fui percebendo o quanto eu era vazio de conteúdo, e me embrenhei cada vez mais na leitura. Eu lia de tudo, desde revistas em quadrinhos a livros de filosofia, e até bulas de medicamentos. Ler era uma necessidade vital para mim, e não fosse a deficiência visual estaria devorando livros até hoje.

         Já tive discussões fervorosas com outras pessoas acerca dos mais diversos assuntos. Mas, foi num tempo em que a discussão não era uma disputa a ser ganha, mas uma troca de ideias que resultavam em reflexão e ganho de conhecimento para ambas as partes. Quando a discussão virou uma disputa, socorreu-me uma ideia expressa por alguém da seguinte forma:

- Mestre, qual o segredo da felicidade?

- Não discutir com idiotas.

- Não creio que seja isso.

- Você está certo.

         Simples assim. E graças a esse pensamento eu sobrevivo em paz neste mundo que quer impor uma ideia única a todos os povos, e a desgraça do “politicamente correto”, que exige que seus seguidores não só pensem, como também falem e ajam da mesma forma. Oh! Wonderful! Oh! Brave New World”! (Shakespeare). O Admirável Mundo Novo imaginado por Aldous Huxley, e o ano de 1984, imaginado por George Orwel. Bateram à nossa porta bem antes do que esperávamos. Os espíritos disseram que o Brasil seria o coração, o berço, do Evangelho, e eu não tenho por que duvidar, mas foi só quando percebi os sinais da proximidade do Apocalipse, que eu tive certeza disso, mas que não seria sem muito sofrimento. Já tivemos duas guerras mundiais e estamos à beira de uma terceira. A peste está matando milhões de pessoas em todo o mundo. A fome está batendo à porta da grande maioria, trazendo a morte, o quarto Cavaleiro do Apocalipse. Some-se a isso o crescente ódio entre as pessoas, fomentado por quem pouco está se importando com o futuro e vive apenas o imediatismo do presente. Pai contra filho, irmão contra irmão, nação contra nação, desprezo pela vida, ganância, luxuria desenfreada, religiões corrompidas, e ainda tem gente esperando o “O Dia do Apocalipse”, como nós já não estivéssemos vivenciando-o.

         Chegou e nós nem percebemos. Ainda tem gente achando que “Vigiai e Orai” quer dizer Ficar rezando, de boca aberta, olhando para o céu esperando a volta de Jesus Cristo, sem perceber o mundo ruindo à sua volta. E ai de você, humano desperto, que vá dizer isso a alguém tentando despertá-lo. Vai ganhar apenas um inimigo. É por tudo isso que eu não conto nem lamento os mortos da pandemia. Eles foram agraciados por Deus, que os chamou à sua presença, antes que sofram mais com tudo de ruim que ainda vai acontecer no mundo. Já descansam na paz do Senhor, porque já cumpriram suas missões. Com quase 70 anos, quase cego, me sentindo totalmente inútil, mas certo de que combati o bom combate, sei que só continuo por aqui porque Deus tem ainda alguma missão para mim ou ainda tenho contas a certar. Nada disso me assusta, mas lamento pelos que ficarem. Principalmente os mais jovens, porque não tiveram e não terão a oportunidade de vivenciar os tempos bons que minha geração vivenciou.

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