Na
sexta-feira p.p., minha consorte republicou um artigo do plumitivo e escriba
baiano, João Ubaldo Ribeiro, sob a epígrafe, O verbo “For”. Nele, o consagrado
escriba faz um confronto entre o exame vestibular transversalmente ao tempo,
encetando a prosa de quando o mesmo prestou o exame, encruzando ao período em
que era lente e integrante de banca examinadora do vestibular, culminando à era
hodierna. Manifesto que, embora ciência havia sobre o teor da peça literária, amiúde
fui recorrente ao léxico, insciente se por conta da amnésia inerente aos
vetustos ou se porque o idioma pátrio é mesmo operoso e penoso ao neófito, qual
proclama a plebe ignara.
Entrementes, anteponho assentir à prima
assertiva, porque aos 62 anos a memória já não é a mesma e, ademais, tempos
idos, muitos vocábulos quedam-se em desuso, são olvidados e substituídos por
gírias e neologismos. Creio que se improvável viajor do tempo a visitar o Brasil
de 100 anos idos, teria contratempos em entabular diálogo com os patrícios
daquelas priscas eras. Em consonância a isso há um declínio na qualidade da
Educação, que se agravou nas últimas 5 décadas.
E quando a demagogia e hipocrisia reinante
nos meios políticos consentiu que broncos, iletrados, tivessem direito de
sufragar e ser sufragados, cometemos o absurdo de eleger presidente um vulpino retirante
nordestino analfabeto, alimária que se vangloriava de nunca sequer ter passado
vistas num compêndio de alfarrábio. E deu no cataclismo que deu.
Todavia, quanto ao aprendizado, o
ceticismo que me assoma é se apenas o nível dos lentes que caiu ou se o
intelecto dos infantes está sendo afetado por alguma interferência externa,
oriunda de alimentos contaminados com agrotóxicos, radiação ou modificações
genéticas. Talvez também lhe falte azáfama para ler, estudar, adquirir
conhecimento, até porque os labores mais rentáveis do mercado são inerentes à
moda, esportes e artes cênicas, que não demandam estudo ou conhecimento, apenas
atributos físicos, coordenação motora e boa memória para decorar textos e saber
fingir, sendo esta última qualidade inata aos brasileiros. Anexemos, em alguns
casos, um rico vocabulário.
Porém, isso não se constitui em
empecilho, pois o nosso idioma é muito fácil. Aprendemos com os nossos pais.
Quem é que não entende a língua portuguesa, não é mesmo?
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