terça-feira, 1 de novembro de 2016

O grito das urnas e a surdez política



O resultado do segundo turno desta eleição confirma a devastação do projeto de poder baseado na corrupção, liderado pelo PT, em consórcio partidário, inclusive com o PMDB do atual presidente interino. 
A população, exausta do nós contra eles, da imposição ideológica, do protagonismo das minorias, dos discursos utópicos, sustentado pelos impostos do cidadão, mas especialmente do caráter universalizado da corrupção que levou o país a falência da Petrobrás e um grande rombo em outras estatais e fundos de pensão, gerando a crise atual com 12 milhões de desempregados, mostrou que que não está disposta a fazer concessões ao PT, praticamente varrendo-o do poder.
Evidente que haverá um espaço a ser ocupado  pela esquerda, ainda definido, visto que o candidato mais reluzente e e apoiado pela elite branca intelectual do Rio de Janeiro levou uma sova exemplar, perdendo, acreditem, para o ex-bispo Crivella.
Há, um aspecto, entretanto, tão ou mais significativo do que a derrota da esquerda, que foi o crescimento da abstenção, atingindo indíces com mais votos que vários eleitos.O fato vem se repetindo em todas as eleições. O sinal é claro e indiscutível: o cidadão não está satisfeito com com a prática política e os políticos que temos. Em duas grandes cidades: São Paulo e Belo Horizonte os vencedores usaram o discurso da gestão empresarial e da rejeição a ser político. O cidadão quer gestão eficiente, aplicação precisa dos recursos, que melhorem os serviços públicos e atendam suas demandas. O Congresso , no entanto, faz ouvidos de mercador: não anda com a reforma política, continua produzindo negociatas, e gastando de forma perdulária. 
A população não está suportando mais este modelo atual. É preciso que se reconheça o recado que veio das urnas e se tome as medidas necessárias para responder e recuperar o interesse político do cidadão ou sofreremos as consequências, que são o surgimento de aventureiros ou a perda do controle social. As ruas gritam, os políticos continuam fingindo-se de surdos. (Publicado no Tribuna Feirense)

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