quinta-feira, 17 de novembro de 2016

Trem da Alegria da Câmara não para de crescer



Enquanto o país naufraga, em crise, na instabilidade política, gerada pela escassez de recursos que prejudica os serviços públicos,  a Câmara de Feira anuncia a fartura do leite e do mel. Não bastasse a aberração do projeto que cria o cargo de um advogado para cada vereador nos tornando a Câmara de maior densidade advogado/edil do país, eis que eles voltam a carga, querendo aumentar 84 cargos na Casa da Cidadania. O vereador David Neto, que vem condensando o mandato em três meses, disse que não tem nem onde colocar tanto assessor, o que talvez possa ser resolvido com o aluguel do estacionamento em frente. 

O vereador Nery, oposicionista, que, teoricamente, deveria contrapor-se a bancada governista,  aderiu ao trem com entusiasmo dando um salto triplo carpado para dizer que a criação, se não tiver verba,  não implicaria em contratação. Ora, ora, se não há verba para que aprovar vereador? Melhor evitar, pois, como sabemos, a ocasião estimula a contratação.
A aderência universalizada mostra que o benefício entusiasma, mas falta justificar aos cidadãos a utilidade, pois, eles querem ver ali, não um emprego de cabos eleitorais, como acontece, mas uma real função destes funcionários. Aliás, o famoso concurso da Câmara, para ter gente efeitva,  é mais difícil de se concretizar do que a zona azul da cidade e a morte do dragão por São Jorge. 
Neste momento,  os vereadores deveriam estar propondo medidas de contenção de despesas do fabuloso orçamento da Câmara, de quase R$22 milhões/ano.  Isto a torna, aliás, se considerarmos apenas os repasses, um dos maiores munícipios baianos ( voltaremos a este dado em outro post) . Gostaríamos de ver que a Câmara não gastou seu orçamento e o devolveu a Prefeitura, para realizar obras indicadas pelos vereadores, por exemplo.

O trem da alegria que vai incorporando cada vez mais vagões não pode ter o apoio do vereador Ronny, declarado candidato a Presidência da casa. Caso ele apoie, mostra que não tem compromisso com a austeridade; caso recue, terá dado uma demonstração que tem sensatez administrativa. 

A sociedade precisa estar de olho em todo dinheiro público nestes tempos de escassez. Farinha pouca, nosso pirão primeiro.

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