sexta-feira, 11 de novembro de 2016

A morte do turismo na Bahia e a culpa do mordomo

O fundador da CVC- maior empresa de turismo do Brasil- Guilherme Paulus, fez uma declaração impactante: a Bahia é o único estado brasileiro que tem dez destinos fortes, mas o governo acabou com o turismo no estado.
 
 Esta afirmação soaria forte em um estado rico, mas em um estado pobre, que tem o maior número de usuários do Bolsa Família (sim, isto não é para ser celebrado), soa como uma irresponsabilidade inaceitável. O turismo, em qualquer lugar, é um forte gerador de renda e emprego e a  Bahia tem uma vocação natural para isto. 
 
Um dos exemplos do descaso é o que aconteceu com o Centro de Convenções. Como pode, um destino atrativo como Salvador, para feiras e congressos, não ter um espaço adequado? O descaso começou no governo Paulo Souto e teve a pá de cal lançada no governo do PT. Agora, nesta improvisação e incompetência gerencial  que gerou o desabamento, fica o retrato nu da situação registrado nas palavras do criador do Centro de Convenções, o engenheiro civil Carlos Emílio Strauch. Ele foi o autor do projeto estrutural do equipamento, inaugurado em 1979, e disse à promotoria que investiga o caso que há mais de 13 anos não eram feitos serviços de manutenção. Ele ainda destacou que " as obras que estavam sendo realizadas naquele momento não seriam suficientes para a reabertura".
 
Agora, não se sabe quando teremos um novo, onde será, ou porque não poderá ser no mesmo local. Há muita conversa, pouca explicação e nada em definitivo. Enquanto isto, perdemos visitantes, retrai-se a cadeia hoteleira e acentua-se o desemprego. 
 
O turismo na Bahia é uma prioridade. O estado tem a obrigação, o dever, de otimizar este potencial da natureza e da cultura e não ficar culpando o mordomo pela situação. O preço que estamos pagando pela falta de estratégia é caro demais. 

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